Sábado – Pense por si

Protecção Civil: aviões carregam químicos contra incêndios, helicópteros não

08 de agosto de 2018 às 13:08
As mais lidas

Em Monchique estão hoje cinco helicópteros e oito aviões, segundo a página da ANPC.

Os aviões que combatem o incêndio de Monchique estão a carregar espumífero, garantiu hoje a Autoridade Nacional de Protecção Civil (ANPC), reagindo assim às críticas de especialistas e técnicos que lamentavam não estarem a ser usados produtos químicos.

Em resposta à agência Lusa, o gabinete de imprensa da ANPC afirmou que "os aviões que estão a ser empregues no combate ao incêndio rural de Monchique estão a carregar espumífero".

Em declarações à Lusa na terça-feira, o especialista em incêndios florestais Xavier Viegas defendeu a utilização de produtos químicos no combate ao incêndio de Monchique para evitar reacendimentos, lembrando que os reacendimentos "estão identificados como um dos grandes problemas, que depois dão origem a incêndios ainda piores".

Também os bombeiros vieram criticar que não se estivesse a utilizar essa ferramenta, mas a ANPC garante que o Estado contratou aviões anfíbios -- médios e pesados -- que "utilizam espumífero certificado nas missões que realizam a partir da sua base de origem".

No comunicado enviado para as redacções, a ANPC explica que "o espumífero faz parte das obrigações contratuais, sendo fornecido pelas empresas contratadas que operam estes aviões".

Segundo a ANPC, em cada descolagem, um avião médio Fireboss carrega 70 litros de espumífero, que dá em média para 15 descargas, e cada avião pesado Canadair carrega cerca de 300 litros que dá aproximadamente 12 descargas.

Em Monchique estão hoje cinco helicópteros e oito aviões, segundo a página da ANPC.

Já o mesmo não acontece com os helicópteros, que não utilizam produtos químicos para retardar o fogo, uma vez que tal reduziria "a capacidade de transporte de elementos operacionais", explica a ANPC.

A ANPC explica, em comunicado, que os 40 helicópteros de ataque inicial "não usam espumífero por ficar reduzida a sua capacidade de transporte de elementos operacionais a bordo".

"Nos contratos celebrados para o período de 2013-2017 não foi prevista, igualmente, a utilização destes produtos", confirmando a manchete de hoje do Jornal de Notícias.

O especialista Xavier Viegas sublinhou que "os produtos químicos certificados têm um impacto ambiental mínimo e uma eficácia enorme".

O incêndio que deflagrou na sexta-feira em Monchique, no distrito de Faro, já destruiu mais de 21 mil hectares, metade da área ardida na região em 2003.

O incêndio, que já lavra também nos concelhos vizinhos de Portimão e Silves, já provocou 32 feridos, um dos quais em estado grave (uma idosa internada em Lisboa), e 181 pessoas mantêm-se deslocadas, depois da evacuação de várias localidades.

Descubra as
Edições do Dia
Publicamos para si, em três periodos distintos do dia, o melhor da atualidade nacional e internacional. Os artigos das Edições do Dia estão ordenados cronologicamente aqui , para que não perca nada do melhor que a SÁBADO prepara para si. Pode também navegar nas edições anteriores, do dia ou da semana.
Boas leituras!

O resort mais rico e fechado

Não foi fácil, mas desvendamos-lhe os segredos do condomínio mais luxuoso de Portugal - o Costa Terra, em Melides. Conheça os candidatos autárquicos do Chega e ainda os últimos petiscos para aproveitar o calor.

Cuidados intensivos

Regresso ao futuro

Imaginemos que Zelensky, entre a espada e a parede, aceitava ceder os territórios a troco de uma ilusão de segurança. Alguém acredita que a Rússia, depois de recompor o seu exército, ficaria saciada com a parcela da Ucrânia que lhe foi servida de bandeja?