AICPM acusa a Marinha de ter violado o artigo 27º da Convenção das Nações Unidas.
A Associação de Inspetores e Chefes da Polícia Marítima (AICPM) acusou esta sexta-feira a Marinha de violar a lei por ter “interferido numa ação” desta polícia no navio mercante estrangeiro “Odysseus”, pedindo que as autoridades judiciais intervenham.
Marinha acusada de interferênciaVânia Martins/CMTV
Em comunicado, a AICPM acusa a Marinha de ter violado a Constituição da República Portuguesa, o artigo 27º da Convenção das Nações Unidas “sobre o Direito do Mar” e a lei de Segurança Interna, “interferindo numa ação tático-policial da Polícia Marítima, a bordo de navio estrangeiro, no mar territorial”.
“A Marinha Portuguesa, sem qualquer competência legal para tal, enviou [na quinta-feira] um grupo de fuzileiro navais, do Destacamento de Ações Especiais, para efetuar uma ação policial a bordo do navio estrangeiro denominado Odysseus, no mar territorial, nas imediações de Lagos”, lê-se no comunicado.
Esta associação diz aguardar que a Secretária-Geral do Sistema de Segurança Interna "e as autoridades judiciais competentes, cumpram a sua parte e investiguem a atuação de militares da Marinha, contra civis, em território nacional (do qual faz parte o mar territorial)”.
“Não podemos deixar de lamentar o facto de o Comandante-geral não ter exercido os seus deveres enquanto Autoridade de Policia Criminal (APC), embora reconheçamos que o atual sistema possibilita ao Chefe de Estado-Maior da Armada (que não é APC), ainda que de forma indireta, dirigir ordens ao Comandante-geral da Polícia Marítima e interferir nesta polícia”, lê-se no texto.
Na quinta-feira, operacionais da Autoridade Marítima Nacional (AMN) e da Marinha entraram a bordo de um navio mercante ao largo do Algarve, por ter sido detetada a presença de elementos estranhos à tripulação.
Segundo um comunicado conjunto da AMN e da Marinha divulgado pelas 18h30, o navio mercante "Odysseus", de bandeira da Libéria, tinha comunicado no final de quarta-feira “a presença a bordo de elementos estranhos à tripulação e solicitando a assistência das autoridades portuguesas”.
“O Centro de Operações Marítimas (COMAR) recebeu ontem [quarta-feira], 03 de setembro, pelas 23h00, um alerta do Centro do Controlo do Tráfego Marítimo (CCTM), da Direção-Geral de Recursos Naturais, Segurança e Serviços Marítimos (DGRM), a informar sobre uma comunicação rádio emitida pelo navio mercante Odysseus”, de acordo com a nota.
Segundo o comunicado, na sequência deste pedido e da posterior entrada do navio nas águas territoriais portuguesas, o Capitão do Porto de Portimão acionou os meios da AMN e solicitou o apoio da Marinha.
Ainda de acordo com a nota, foi “efetivada a entrada a bordo, durante a manhã e a cerca de seis milhas náuticas da costa portuguesa, por uma equipa constituída por elementos de ambas as entidades, visando a recuperação das condições de segurança do navio e da sua tripulação”.
O navio encontrava-se a navegar ao largo da costa do Algarve e, neste momento, “navega em segurança” com destino a Sines, acrescentam a AMN e a Marinha.
Segundo as autoridades portuguesas, “elementos da AMN e da Marinha encontram-se a garantir a segurança do navio mercante, ao largo da costa do Algarve, após solicitação de assistência”.
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O livro de João Miguel Tavares sobre a ascensão de Sócrates é uma justa homenagem a José António Cerejo e a uma forma de estar no jornalismo, decisiva para a democracia.
Claro que, no limite, Seguro também podia promover qualquer coisa com os camaradas. Se for esse o caso, desaconselho o almoço e sugiro um pequeno-almoço. É mais rápido, mais barato – e não causa indigestão.