Antigo governante garante não ter feito nenhum contacto com o hospital de Santa Maria sobre o caso das gémeas, mas que há a possibilidade de alguém do seu gabinete o ter feito sem o seu conhecimento.
António Lacerda Sales, que era secretário de Estado quando as gémeas luso-brasileiras foram tratadas à atrofia muscular espinhal em Portugal, admitiu ter sabido do caso das meninas através de Nuno Rebelo de Sousa. O encontro foi confirmado em entrevista ao jornalExpresso, e o antigo governante relata que o filho do Presidente da República fez um pedido de reunião para "apresentar cumprimentos" e falou-lhe da situação das meninas, quase com um ano e a quem era conveniente administrar o medicamento antes dos dois anos de idade.
CARLOS M. ALMEIDA/LUSA
"Dei-lhe informação que trataria este caso como todos os outros, sem privilégio, porque todos os processos que me chegavam formalmente constituídos sinalizavam para as diferentes instituições", aponta. "Não marquei nenhuma consulta, não fiz nenhum telefonema, nunca recebi nenhum processo formalmente constituído e, portanto, também nunca contactei formalmente o Hospital de Santa Maria."
Segundo Lacerda Sales, Nuno Rebelo de Sousa não deixou dados sobre as meninas. Quando confrontado com a auditoria interna do Hospital de Santa Maria, que indica um contacto para marcação de consulta feita pela secretaria de Estado da Saúde, o antigo governante diz que não fez esse pedido mas que não sabe se alguém do seu gabinete o fez. Diz não ter falado com a sua secretária da altura.
"Assumo as responsabilidades do que possa ter ocorrido no meu gabinete, com ou sem o meu conhecimento, e gostaria de pedir desculpa aos portugueses de bem e que percebessem que se alguma coisa ocorreu teve um único objetivo: salvar duas crianças", frisa.
O antigo secretário da Saúde diz ter reunido duas vezes com Nuno Rebelo de Sousa: aquando do caso das gémeas, e para se encontrar com ele e dois empresários da hospitalização privada do Brasil.
Lacerda Sales diz ter dado centenas de audiências a cidadãos, e revela que ainda não foi ouvido nem pela Inspeção-Geral das Atividades em Saúde (IGAS) nem pelo Departamento de Investigação e Ação Penal (DIAP). Salienta que era importante ouvir os médicos Levy Gomes, coordenador de neuropediatria, e Teresa Moreno, que acompanhou as gémeas.
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