
Caso das gémeas: Comissão Permanente debate conclusões do inquérito na quarta-feira
O porta-voz da conferência de líderes explicou que o relatório não será votado, uma vez que a votação já foi feita em comissão.
O porta-voz da conferência de líderes explicou que o relatório não será votado, uma vez que a votação já foi feita em comissão.
Juristas consideram estranho que relatório seja enviado depois de deputados concluírem que não há indícios de ilegalidades. Presidente da comissão diz que é procedimento "normal".
"Rejeito, de forma categórica, qualquer interferência pessoal ou política, por iniciativa própria ou a pedido", afirmou o antigo secretário de Estado.
A relatora da comissão de inquérito criticou especialmente a posição do PSD, que, segundo a deputada do Chega, "deixou cair as conclusões que diziam respeito a Lacerda Sales".
Além da proposta elaborada por Cristina Rodrigues, os deputados vão votar também a proposta de relatório alternativo, apresentada por PSD e CDS-PP, além das propostas de alteração de PS e PAN.
O requerimento dos sociais-democratas mereceu os votos favoráveis do PS, PSD e IL, enquanto o Chega votou contra.
Na audição, de cerca de uma hora, o antigo secretário de Estado Adjunto e da Saúde foi interpelado por vários deputados, tendo-se remetido ao silêncio na maioria das vezes. Exceção feita nas respostas ao Chega e ao PSD.
Lacerda Sales foi a primeira pessoa a ser ouvida na comissão de inquérito que arrancou em maio. Deverá também ser a última a ser ouvida.
Ana Paula Martins foi ouvida na comissão parlamentar de inquérito ao caso das gémeas luso-brasileiras enquanto antiga presidente da administração do Hospital de Santa Maria.
"A origem das doentes não é determinante para a decisão clínica", referiu o ex-diretor clínico do Hospital Santa Maria na comissão de inquérito ao caso das gémeas luso-brasileiras.
O ex-diretor clínico do Hospital Santa Maria disse que não encontrou motivos clínicos, éticos ou deontológicos que justificassem rejeitar uma consulta para as gémeas luso-brasileiras.
"Houve um pedido, não sei dizer de quem, para que a minha colega [Teresa Moreno] marcasse a consulta e essa consulta foi marcada", relatou a médica Joana Coelho.
Diretora do Departamento de Pediatria do Hospital de Santa Maria diz que o então secretário de Estado a contactou "primeiro por telefone e depois por email".
Em resposta escrita, ex-ministro considerou que "não é um procedimento regular" a tutela marcar consultas.
"Nego isso redondamente. Ele sabe que não falámos disso, porque eu não sabia, não conhecia [o caso]. Temos uma relação estreita e não foi bonito ter dito isso", afirmou Mário Pinto, defendendo que Lacerda Sales "sobre este assunto não disse a verdade".
Durante a sua audição no Parlamento, a inspetora Marta Gonçalves considerou que o erário público não foi lesado.