Dados compilados do portal da transparência do Infarmed quantificam a relação financeira entre a indústria e os clínicos. Os laboratórios pagam quase toda a formação dos médicos. Os mais reputados são "influencers" que acumulam mais de 100 mil euros em apoios. Ninguém admite conflitos de interesses.
É no Palácio de Congressos do Algarve, na unidade hoteleira com cinco estrelas da Herdade dos Salgados, que cerca de 2.500 médicos se juntam cada primavera na maior ação de formação anual de clínicos em Portugal: o Update em Medicina. O ambiente é casual. Ninguém anda de fato, as pessoas tratam-se pelo nome próprio e as perguntas durante as sessões são encorajadas. As sessões são dedicadas a várias especialidades, têm oradores de topo e assentam em casos reais – cada médico tem um aparelho no qual vê as opções de análise sobre o caso, vota na que lhe parece mais correta e o palestrante tem acesso aos resultados, podendo interagir com a plateia. Participar no congresso custa 300 euros, mas a maioria dos médicos ali presentes não despende um cêntimo: são as empresas farmacêuticas que pagam a entrada e os custos do alojamento durante os quatro dias do evento. Só em 2019, antes da pandemia, a indústria gastou cerca de 2 milhões de euros com este evento anual, um dos que mais dinheiro atrai em Portugal.
Farmacêuticas pagaram mais de 450 milhões de euros a médicos e sociedades científicas desde 2014
Para poder adicionar esta notícia aos seus favoritos deverá efectuar login.
Caso não esteja registado no site da Sábado, efectue o seu registo gratuito.
Para poder votar newste inquérito deverá efectuar login.
Caso não esteja registado no site da Sábado, efectue o seu registo gratuito.
Esta semana, a Rússia apresentou o seu primeiro robô humanoide. Hesitamos entre pensar se aquilo que vimos é puro humor ou tragédia absoluta. É do domínio do absurdo, parece-me, querer construir uma máquina antropomórfica para esta fazer algo que biliões de humanos fazem um bilião de vezes melhor.
A resposta das responsáveis escola é chocante. No momento em que soube que o seu filho sofrera uma amputação das pontas dos dedos da mão, esta mãe foi forçado a ler a seguinte justificação: “O sangue foi limpo para os outros meninos não andarem a pisar nem ficarem impressionados, e não foi tanto sangue assim".
Com a fuga de Angola, há 50 anos, muitos portugueses voltaram para cá. Mas também houve quem preferisse começar uma nova vida noutros países, do Canadá à Austrália. E ainda: conversa com o chef José Avillez; reportagem numa fábrica de oxigénio.