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Como Lalanda e Castro construiu a teia de influência

Fernando Esteves
Fernando Esteves 12 de janeiro de 2017 às 23:22

Há 30 anos era um delegado ambicioso que seduzia médicos com benesses e viagens. Não descansou enquanto não fez da Octafarma um portento mundial. Pelo caminho montou uma poderosa rede de poder com ramificações políticas e nos hospitais. Esta quinta-feira, foi-lhe decretada prisão domiciliária

Baixinho, gordinho e sorridente, Paulo passeava-se pelos corredores dos hospitais públicos como se estivesse em casa. Ainda não tinha 30 anos. Era um enérgico delegado de informação médica. Os meandros da Saúde não eram novidade para si: estudara Medicina e a mãe fora directora da Farmácia do Hospital de São João, no Porto. Estava muito à vontade com os médicos, em cujos gabinetes entrava e saía com relativa facilidade. A sua figura era simpática, não só por ser familiar, mas sobretudo pelo que significava: na sua pasta, Paulo transportava benesses para os especialistas em hematologia, a área de actuação do seu laboratório, a Octafarma, então um dos mais desconhecidos do mercado e hoje um colosso mundial presente em dezenas de países e uma facturação anual de centenas de milhões de euros. Entre as vantagens que proporcionava contavam-se o patrocínio de viagens a congressos científicos que por vezes de científico tinham pouco ou nada.

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