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Ucrânia: Macron, Zelensky e líderes europeus falam com Trump na quinta-feira

Lusa 03 de setembro de 2025 às 18:26
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O Presidente Zelensky é esperado hoje em Paris para para preparar a cimeira.

Os Presidentes francês e ucraniano e outros líderes europeus reúnem-se na quinta-feira com o Presidente norte-americano, Donald Trump, após a cimeira da chamada Coligação dos Dispostos sobre garantias de segurança para Kiev, anunciou esta quarta-feira o Palácio do Eliseu.

Zelensky e Macron discutem situação diplomática antes de encontro Trump-Putin
Zelensky e Macron discutem situação diplomática antes de encontro Trump-Putin AP Photo/Michel Euler)

A cimeira está marcada para as 10:30 (09:30 de Lisboa), com vários dirigentes presentes em Paris, entre os quais o Presidente ucraniano, Volodymyr Zelensky, os presidentes da Comissão Europeia, Ursula von der Leyen, e do Conselho Europeu, António Costa, o chefe de Estado finlandês, Alexander Stubb, e os primeiros-ministros polaco, Donald Tusk, e dinamarquesa, Mette Frederiksen, enquanto outros participarão por videoconferência, como será o caso do primeiro-ministro português, Luís Montenegro.

Será seguida, às 14:00 (13:00 de Lisboa), de uma conversa telefónica com o Presidente dos Estados Unidos e, depois, de uma conferência de imprensa no palácio presidencial francês às 15:00 (14:00 de Lisboa).

O Presidente Zelensky, hoje esperado em Paris, onde jantará com o homólogo francês, Emmanuel Macron, para preparar a cimeira do dia seguinte, disse que pretende discutir com Donald Trump a imposição de mais sanções à Rússia.

A Coligação dos Dispostos, copresidida por Macron e pelo primeiro-ministro britânico, Keir Starmer, reúne cerca de 30 países, sobretudo europeus, dispostos a fornecer apoio às Forças Armadas ucranianas, ou mesmo a enviar soldados para a Ucrânia assim que se alcance um cessar-fogo com Moscovo, para dissuadir a Rússia de qualquer nova agressão.

A Rússia invadiu a Ucrânia a 24 de fevereiro de 2022, com o argumento de proteger as minorias separatistas pró-russas no leste e “desnazificar” o país vizinho, independente desde 1991 - após o desmoronamento da União Soviética - e que tem vindo a afastar-se da esfera de influência de Moscovo e a aproximar-se da Europa e do Ocidente.

A guerra na Ucrânia já provocou dezenas de milhares de mortos de ambos os lados, e os últimos meses foram marcados por ataques aéreos em grande escala da Rússia a cidades e infraestruturas ucranianas, ao passo que as forças de Kiev têm visado, em ofensivas com ‘drones’ (aeronaves não-tripuladas), alvos militares em território russo e na península da Crimeia, ilegalmente anexada por Moscovo em 2014.

No plano diplomático, após um longo impasse nas conversações entre Moscovo e Kiev, realizou-se a 15 de agosto uma cimeira no Alasca entre Trump e o homólogo russo, Vladimir Putin, sobre a guerra na Ucrânia, com a possibilidade de um cessar-fogo como a principal questão em debate, mas não foram alcançados quaisquer resultados.

A Rússia rejeitou até agora qualquer cessar-fogo prolongado e exige, para pôr fim ao conflito, que a Ucrânia lhe ceda quatro regiões – Donetsk, Lugansk, Kherson e Zaporijia - além da península da Crimeia anexada em 2014, e renuncie para sempre a aderir à NATO (Organização do Tratado do Atlântico-Norte, bloco de defesa ocidental).

Estas condições são consideradas inaceitáveis pela Ucrânia, que, juntamente com os aliados europeus, exige um cessar-fogo incondicional de 30 dias antes de entabular negociações de paz com Moscovo.

Por seu lado, a Rússia considera que aceitar tal oferta permitiria às forças ucranianas, em dificuldades na frente de batalha, rearmar-se, graças aos abastecimentos militares ocidentais.

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