O secretário de Estado do Vaticano é o preferido nas casas de apostas para ser o próximo líder da igreja católica, será ele a próxima escolha do colégio de cardeais e o próximo Papa italiano?
Pietro Parolin de 70 anos é, horas antes do início do conclave, o cardeal a liderar as casas de apostas para ser o próximo Papa. O secretário de Estado do Vaticano foi nomeado para o cargo em 2013 por Francisco e é considerado a escolha mais óbvia para continuar a sua missão.
Pietro ParolinStefano Spaziani/picture-alliance/dpa/AP Images
Nascido a 17 de janeiro de 1955 em Schiavon, a norte da Itália, Pietro soube desde tenra idade que queria entrar no mundo eclesiástico. Aos dez anos perdeu o pai num acidente de viação que o levou aos 14 anos a entrar para o seminário de Vicenza.
Aos 25 anos recebeu a sua ordem sacerdotal, e um dos seus superiores encorajou-o a estudar direito canónico na Pontifícia Universidade Gregoriana de Roma. Pouco tempo depois ingressou na Pontifícia Academia Eclesiástica, onde geralmente são formados os diplomatas do Vaticano. Foi então nessa área que o cardeal se decidiu especializar.
Em novembro de 2001, o papa João Paulo II nomeou-o subsecretário das relações com os Estados, onde tratou das relações diplomáticas entre a Santa Sé e outros países, nomeadamente, o Vietname, a China, Israel e a Coreia do Norte. Em 2009 foi nomeado bispo por Bento XVI e em 2014 Francisco nomeou-o para o seu "Conselho de Cardeais".
Como alguém que deseja ajudar os mais vulneráveis, os pobres e com uma visão eclesial e política semelhante à de Francisco, Parolin é visto como um sucessor natural se o colégio de cardeais decidir que quer alguém que dê continuidade às reformas do antigo Papa, que morreu a 21 de abril.
O diplomata tem uma visão neutra no que toca o abençoar casais do mesmo sexo assim como tornar o celibato sacerdotal opcional, é um cardeal que se foca nas mudanças climáticas e apoia a comunhão dos divorciados.
À SÁBADO, Paulo Mendes Pinto, especialista em História das religiões, explica que faz sentido o colégio de cardeais eleger Pietro Parolin, no sentido da "continuidade", sendo a opção mais "óbvia" para continuar a missão de Francisco.
No entanto, as suas visões progressistas podem constituir, tanto um ponto forte, como um ponto fraco. "Terá a ver com a dimensão estatística entre conservadores e progressistas dentro do conclave", sendo que se a dimensão de cardeais conservadores for maior, estará em "desvantagem", por ser um "continuador" dos valores de Francisco.
Para o especialista, durante o seu papado de 12 anos, Francisco "deu uma volta completa ao colégio, que hoje reflete a dimensão global do cristianismo católico", tendo eleito cardeais asiáticos, africanos e da América do Sul, onde os fiéis católicos estão a crescer. Contudo, o número de cristãos praticantes tem vindo a diminuir na Europa, e "perante estas questões e a herança humanista do Papa Francisco, faz todo o sentido o papado voltar-se para a Europa" de forma a "tentar conquistar através da cultura e do humanismo".
Apesar de Pietro Parolin liderar as casas de apostas, Paulo Mendes Pinto acredita que isso não é um indicador "muito significativo para os cardeais voltarem nele". "Estar a liderar as casas é o reflexo de uma naturalidade nessa sucessão". Contudo o especialista aponta que "tendencialmente o colégio tenderá sempre a escolher o que não é óbvio" e "o que é óbvio não é necessariamente a melhor resposta".
Desta forma, a eleição de Parolin pode não ser tão certa quanto parece, mesmo que seja um cardeal que possa cumprir os sonhos dos italianos - que regresse para o Vaticano um papa italiano. Itália deteve "durante muitos séculos o papado, mas desde João Paulo II que se perdeu essa primazia", explica Mendes Pinto, e apesar de haver 14 transalpinos no colégio "não é garantido que os cardeais italianos votem nos italianos" tal como "não é garantido que os cardeais portugueses votem nos portugueses".
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