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ONU admite que nove dos seus funcionários podem ter ajudado o Hamas

Ana Bela Ferreira
Ana Bela Ferreira 05 de agosto de 2024 às 19:44
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Agência de apoio aos refugiados da Palestina investigou 19 funcionários que Israel acusou de estarem ligados ao ataque de 7 de outubro. Os nove para os quais se encontraram provas serão despedidos.

Nove membros da Agência das Nações Unidas de Assistência aos Refugiados da Palestina no Próximo Oriente (UNWRA, na sigla em inglês) podem ter estado envolvidos nos ataques do Hamas a 7 de outubro em território israelita. Todos os elementos vão ser afastados da agência, anunciou a ONU, esta segunda-feira.

REUTERS/Dawoud Abu Alkas

"Para nove pessoas, as provas foram suficientes para concluir que elas podem ter estado envolvidas nos ataques de 7 de outubro", admitiu o vice-porta-voz das Nações Unidas. Farhan Haq referia-se assim às conclusões dos Serviços de Supervisão Interna das Nações Unidas, que levaram a cabo uma investigação a 19 funcionários da Faixa de Gaza, suspeitos de envolvimento no ataque do Hamas.

"Num caso, não foi encontrada qualquer evidência das alegações, enquanto que em nove casos as provas foram suficientes para acreditar que terão estado envolvidos", acrescentou o responsável, indicando ainda que estes nove eram todos homens. Sem especificar que tipo de envolvimento tiveram, Farhan Haq garantiu que para a ONU "qualquer participação no ataque é uma tremenda traição tendo em conta o tipo de trabalho que é suposto estarmos a fazer no apoio ao povo palestiniano".

As Nações Unidas lançaram uma investigação depois de Israel ter acusado 12 membros da UNRWA de terem participado no ataque que levou à guerra em Gaza. Telavive acabou alegar, em março, que afinal seriam 450 os membros da ONU em Gaza que eram operativos do Hamas. A UNRWA emprega 32 mil pessoas na sua área de operações, 13 mil delas em Gaza.

Em março, a agência indicou que os seus funcionários libertados em Gaza depois de detidos pelos israelitas alegaram ter sido pressionados para declarar que a UNRWA tinha ligações ao Hamas e que os seus trabalhadores tinham feito parte do ataque de 7 de outubro.

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