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Mulher proibida de amamentar filho de cinco meses num avião

Companhia aérea TUI esclareceu que, apesar de não existirem restrições oficiais, a amamentação "não é recomendada porque pode deixar outras pessoas desconfortáveis".

No dia 30 de julho uma mulher inglesa foi proibida de amamentar durante um voo da companhia aérea TUI. Chelsea Williams encontrava-se a viajar de Manchester, no Reino Unido, com o marido e os dois filhos - um bebé de cinco semanas e uma menina de dois anos - e tinha como destino Almería, em Espanha.

REUTERS/Paul Hanna

De forma a evitar constrangimentos, a família optou por reservar os lugares de trás do avião e serem os últimos a embarcar mas a mãe, de 28 anos, foi mais longe e procurou maneiras de tranquilizar o bebé durante a descolagem e aterragem. Uma das recomendações que recebeu foi a amamentação, até porque seria útil para evitar a pressão exercida sobre os ouvidos do bebé. Porém, a decisão não foi bem recebida por parte da tripulação que pediu a esta mãe que parasse o ato.

"O meu bebé começou a chorar de forma drástica. Eu comecei a suar e à beira de um ataque de choro. Senti que toda a gente estava a olhar para nós", disse a progenitora em entrevista aoWashington Post.

Assim que aterraram em Espanha, o marido de Chelsea decidiu contactar o serviço de apoio ao cliente da companhia para esclarecer se de facto haveria ou não algum tipo de restrição e a resposta que receberam foi que "apesar de não existirem restrições oficiais a amamentação não é recomendada porque pode deixar outras pessoas desconfortáveis".

Por considerar a resposta discriminatória, esta família acabou por partilhar o seu relato nas redes sociais acabando o mesmo por gerar uma onda de indignação. Até porque, no Reino Unido, a legislação é clara e proíbe a descriminação a todas e qualquer mulher que se encontre a amamentar.

Ao Washington Posta Autoridade de Aviação Civil do Reino Unido esclareceu ainda que não existem "restrições regulatórias relativas à amamentação durante descolagens e aterragens, uma vez que não se trata de uma questão de segurança".

Ao mesmo jornal, a companhia TUI lamentou a situação e garante que, sendo uma "uma empresa de viagens familiares" apoiam a "amamentação em qualquer momento dos voos". Ainda assim avançam que decidiram abrir uma investigação interna de forma a perceber como foi gerido este caso.

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