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Mais de 200 mil pessoas regressam ao norte de Gaza

Lusa 10 de outubro de 2025 às 21:40
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Nas horas anteriores à entrada em vigor da suspensão dos combates, as forças israelitas mataram pelo menos 19 palestinianos no território.

Mais de 200 mil pessoas regressaram esta sexta-feira ao norte da Faixa de Gaza, indicou a Defesa Civil do enclave palestiniano, no dia da entrada em vigor do cessar-fogo entre Israel e o grupo islamita Hamas.

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"Cerca de 200 mil pessoas regressaram hoje ao norte", disse à agência de notícias France Presse (AFP) Mahmud Bassal, porta-voz da Defesa Civil da Faixa de Gaza, cujas instituições operam sob a autoridade do Hamas.

Nas horas anteriores à entrada em vigor da suspensão dos combates, as forças israelitas mataram pelo menos 19 palestinianos no território, de acordo com dados dos hospitais que receberam os corpos das vítimas.

A agência de notícias palestiniana Wafa relatou vários ataques aéreos contra diferentes locais do enclave palestiniano esta manhã e até à entrada em vigor da trégua.

Fontes do enclave consultadas pela agência de notícias EFE indicaram que a maioria dos bombardeamentos na Faixa de Gaza, que está encerrada à imprensa internacional há dois anos, ocorreu antes das 12:00 (10:00 em Lisboa).

"O acordo de cessar-fogo entrou em vigor às 12:00", anunciou o Exército israelita em comunicado.

As mesmas fontes indicaram que as equipas de defesa civil recuperaram 99 corpos em várias zonas da Faixa de Gaza, depois de as tropas israelitas terem concluído, esta manhã, a primeira retirada prevista no acordo de cessar-fogo.

Após a retirada das tropas para a chamada "linha amarela" — nome dado em homenagem à cor do mapa fornecido pela Casa Branca no momento do anúncio do acordo — milhares de habitantes do enclave começaram a deslocar-se para norte, em direção à Cidade de Gaza, ao longo da estrada costeira de Al-Rashid.

Imagens divulgadas ao início do dia mostraram uma fila contínua de pessoas a dirigir-se para a parte norte do território, onde o Exército israelita alertou que várias áreas permaneciam "extremamente perigosas" para a população civil.

A partir da entrada em vigor do acordo, o Hamas tem 72 horas para entregar os 48 reféns que mantém em cativeiro, dos quais Israel estima que apenas cerca de 20 ainda estejam vivos.

A guerra na Faixa de Gaza foi desencadeada pelos ataques liderados pelo Hamas em 07 de outubro de 2023 no sul de Israel, nos quais morreram cerca de 1.200 pessoas e 251 foram feitas reféns.

Em retaliação, Israel lançou uma operação militar em grande escala na Faixa de Gaza, que já provocou mais de 67 mil mortos, segundo as autoridades locais controladas pelo Hamas, a destruição de quase todas as infraestruturas do território e a deslocação forçada de centenas de milhares de pessoas.

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