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Líder do Hamas no Egito para negociar cessar-fogo

O Hamas tem afirmado que rejeita qualquer nova pausa temporária e que apenas discutirá um cessar-fogo permanente enquanto Israel tem admitido a possibilidade.

O líder do Hamas chegou ao Egito esta quarta-feira para uma rara intervenção pessoal na diplomacia durante as intensas negociações para um cessar-fogo entre o Hamas e Israel.

REUTERS/Mohammed Salem

Ismail Haniyeh mantém a sua residência no Qatar e normalmente aparece publicamente apenas quando os processos diplomáticos já estão quase terminados. Por exemplo, esteve no Egito no início de novembro antes do anúncio das únicas tréguas entre o Hamas e Israel desde o início do conflito. Esta pausa durou uma semana e permitiu a libertação de cerca de 110 reféns e mais de 200 presos palestinianos.

A Jihad Islâmica, outro grupo militar palestiniano que também mantém reféns em Gaza, avançou que o seu líder também vai visitar o Egito nos próximos dias para fazer parte das discussões sobre o fim do conflito.

Os meios de comunicação internacionais estão a avançar que as reuniões se mantêm intensas e estão a ser discutidos quais os reféns feitos a 7 de outubro que devem ser libertados pelos grupos militares palestinianos e quais os prisioneiros que Israel deve libertar em troca durante uma possível trégua.

Publicamente o Hamas tem afirmado que rejeita qualquer nova pausa temporária e que apenas discutirá um cessar-fogo permanente enquanto Israel tem admitido a possibilidade e afirma que durante a luta contra o Hamas podem ser efetuadas pausas humanitárias.

Israel quer que todas as mulheres sejam libertadas, assim como os homens doentes. O presidente dos Estados Unidos, Joe Biden, partilhou esta quarta-feira que não acredita que um segundo acordo entre o Hamas e Israel seja alcançado em breve apesar garantir: "Estamos a pressionar".

O primeiro-ministro israelita, Benjamin Netanyahu, reforçou esta quarta-feira que a guerra só vai terminar com a erradicação do Hamas, todos os reféns libertados e quando Gaza deixar de representar uma ameaça para Israel: "Quem pensa que vamos parar está desligado da realidade… Todos os terroristas do Hamas, do primeiro ao último, são homens mortos".

Já nas Nações Unidas, a votação no Conselho de Segurança de uma resolução para um cessar-fogo e aumentar a ajuda humanitária em Gaza foi novamente adiada por pedido dos diplomatas dos Estados Unidos, neste momento é esperado que o Conselho de Segurança vote a resolução na quinta-feira. Apesar do apoio dos Estados Unidos parecer permanecer intacto Biden pediu, na semana passada, que os ataques sejam mais direcionados contra os líderes do Hamas e que Telavive terminasse com os "bombardeamentos indiscriminados". Os restantes aliados ocidentais também têm aumentado a pressão sobre Israel para que este diminuía a intensidade dos ataques ao enclave.

Desde o dia 7 de outubro foram confirmadas quase vinte mil mortes pelo Ministério da Saúde de Gaza, que apesar de ser controlado pelo Hamas é considerado fiável pela ONU, e existe o perigo de muitos mais desaparecidos nos escombros. O ataque do Hamas no dia 7 de outubro ao sul de Israel fez 1.200 mortos, segundo as autoridades israelitas.

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