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Casal modelo republicano envolvido em escândalo sexual nos EUA

Diogo Barreto
Diogo Barreto 20 de dezembro de 2023 às 18:39
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Político conservador é acusado de ter violado uma mulher. O casal republicano tem defendido os "valores familiares tradicionais".

Christian Ziegler, presidente do Partido Republicano da Flórida, é acusado de ter violado uma mulher. Casado com Bridget Ziegler, que fundou um movimento escolar que advogava valores conservadores, esta também acabou arrastada para o escândalo depois de confirmar que o casal já tinha participado em atos sexuais a três.

D.R.

A polícia de Sarasota lançou uma investigação às acusações feitas contra o líder do Partido Republicano na Flórida. Uma mulher afirmou ter sido vítima de violação e abuso sexual durante uma relação sexual a três com o político republicano e a sua mulher. Tanto Christian Ziegler como a mulher assumiram ter participado no encontro sexual com a mulher que o acusa de abuso, bem como de ter filmado secretamente a relação (o que é ilegal segundo a lei da Flórida), mas nega ter agredido a mulher e disse estar a ser vítima de um ataque.

No entanto, em declarações à polícia, a sua mulher, fundadora do grupo conservador "Mães pela Liberdade" (Moms for Liberty), admitiu ter participado com o marido numa sessão de sexo a três, incluindo uma mulher. Rapidamente foi acusada de ser hipócrita, bem como o grupo que ajudou a fundar.

O Moms for Liberty foi criado durante a pandemia de covid-19 como forma de combater o encerramento de escolas e a obrigatoriedade em utilizar máscaras. Ao mesmo tempo criticava a "agenda LGBT", tornando esse um dos seus principais focos.

A administração da Sarasota County School está a pedir a demissão de Bridget Ziegler, tendo votado contra a sua manutenção - o resultado final foram quatro votos a favor da sua exclusão e um (o de Bridget) contra. "A maior parte de nós não quer saber o que ela faz na privacidade da sua casa, mas aqui temos de endereçar a hipocrisia", disse uma das encarregadas de educação da escola durante uma reunião do quadro. Mas Ziegler recusou-se a sair.

Também o seu marido, apesar das pressões por parte do governador da Flórida Ron DeSantis e restantes líderes conservadores, se negou a abandonar o cargo que ocupa desde fevereiro. "Temos um país para salvar e não vou deixar que alegações falsas ponham esse combate em suspenso", afirmou. Christian Ziegler foi um apoiante da lei "Não digas gay" de DeSantis que proíbe professores de darem aulas sobre orientação sexual ou identidade de género a alunos com menos de 8 anos e, juntamente com a mulher, tem sido um defensor dos "valores familiares tradicionais".

O caso contra Christian Ziegler

O Florida Center for Government Accountability revela que num email para os republicanos da Flórida, Ziegler afirmava estar a ser alvo de uma campanha de difamação. Mas acrescenta igualmente que em chamadas gravadas, o republicano pediu desculpa à mulher e ofereceu-lhe ajuda, incluindo, financeira. 

O juiz que avaliou o caso considerou haver provas suficientes para avançar com uma acusação de crime sexual, um crime que pode valer pena de prisão de 30 anos para o republicano.

Segundo o processo, citado pelo Florida Center for Government Accountability, a 2 de outubro, Ziegler começou a enviar mensagens à alegada vítima a partir das 7h30 da manhã para a convencer a um ménage com a sua mulher. O republicano conhecia esta mulher há 20 anos e os três já tinham tido uma relação sexual um ano antes. 

Ao início da tarde, a mulher afirmou que estava disponível para a relação, mas uns minutos depois Christian Ziegler disse que a mulher não podia ir e seria só ele. "Desculpa, estava mais nisso por ela", respondeu a mulher, desmarcando o encontro. Passados cinco minutos, o homem chegou a casa da mulher que tinha desmarcado o encontro. "A vítima abriu a porta de casa para passear o cão e Christian estava no corredor à espera, tendo entrado no apartamento, dobrado a vítima por cima de um banco" e violado a mulher, segundo o depoimento recolhido pelas autoridades. 

Nos dias seguintes a mulher não apareceu no trabalho e confidenciou a uma colega de trabalho que sentia que "não podia continuar". Foi aí que esta avisou o 911 (equivalente ao 112). A alegada vítima foi levada para o hospital onde foi sujeita a um teste de violação. Mais tarde apresentou queixa à polícia que decidiu abrir a investigação.

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