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Israel lançou operação de larga escala em Gaza. ONU exige trégua humanitária

Civis foram alertados para fugir para Sul da Faixa de Gaza. Têm-se registado um crescendo de explosões no território. Assembleia-geral das Nações Unidas aprovou uma resolução que exige uma trégua humanitária.

As forças áreas e terrestres de Israel estão a aumentar as operações em Gaza, confirmou o porta-voz das forças armadas, esta sexta-feira. Esta confirmação aconteceu depois de terem sido registados bombardeamentos constantes na Faixa de Gaza, que ficou sem internet e ligações telefónicas. Ao início da noite, o Hamas confirmava confrontos com forças israelitas junto à fronteira.

Reuters

"A juntar aos ataques dos últimos dias, as forças no terreno estão a expandir as suas operações esta noite", anunciou o contra-almirante Daniel Hagari numa conferência de imprensa transmitida pela televisão. Acrescentando: "Nas últimas horas, intensificámos os ataques em Gaza".

Segundo o mesmo responsável, a força aérea israelita está a conduzir ataques intensivos com intenção de atacar os túneis do Hamas, em Gaza, e outras infraestruturas.

Esta indicação surge depois de ter sidonoticiada a hipótese de um cessar-fogoentre as duas partes do conflito. Deixando no ar a ideia de que a, há muito antecipada, invasão terrestre em larga escala a Gaza pode estar a começar.

Ao mesmo tempo que um cessar-fogo parece cada vez mais distante e no meio do intensificar dos combates, a Assembleia-geral da ONU aprovou por unanimidade, esta sexta-feira, uma resolução redigida pelos países árabes onde se apela a uma trégua humanitária e à abertura de corredores para passar ajuda aos civis palestinianos em Gaza.

Apesar de não ser vinculativa, a resolução tem poder político, sendo um reflexo do ambiente político internacional. Passou, aplaudida, com 120 votos a favor, 45 abstenções e 14 - incluindo Israel e os EUA - votos contra.

As forças israelitas têm vindo a concentrar-se junto aos muros da Faixa de Gaza e têm levado a cabo intensivos ataques aéreos, desde o ataque surpresa do Hamas, a 7 de outubro, quando fizeram mais de 1.400 mortos e mais de 200 reféns do lado de Israel.

Um comunicado da Sociedade do Crescente Vermelho da Palestina refere que perdeu contacto com a sua sala de operações em Gaza e com todos os elementos da sua equipa que estão no terreno. 

Um dos serviços de telemóvel do território também ficou sem ligações devido aos bombardeamentos deste final de tarde.

A ala armada do Hamas confirmaram confrontos com as tropas israelitas na cidade gazense de Beit Hanoun e na zona central de Al-Bureij.

Em declarações à MSNBC, Mark Regev, conselheiro do primeiro-ministro israelita Benjamin Netanyahu, afirmou que Israel está a começar a sua vingança contra o Hamas, garantindo "Gaza vai sentir a nossa ira esta noite". Depois, em declarações à Fox News acrescentou: "Eles continuarão a ser alvo dos nossos golpes militares até desmantelarmos a sua máquina militar e dissolvermos a sua estrutura política em Gaza. Quando isto acabar, Gaza será muito diferente".

Notícia atualizada às 22h14.

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