Sábado – Pense por si

Guerra Israel-Hamas: Acordo para libertar reféns e cessar-fogo pode estar próximo

Negociadores creem que trégua poderá chegar em duas semanas. Secretário-geral da ONU pede que países não parem financiamento a agência cujos funcionários estão a ser investigados por ligações ao Hamas.

Pode estar próximo um acordo entre Israel e o grupo terrorista Hamas que permitirá a troca de reféns israelitas por palestinianos detidos em Israel, e uma pausa na ofensiva de dois meses que deixará entrar mais ajuda humanitária na Palestina. Segundo o jornal The New York Times, o acordo foi liderado pelos EUA em cooperação com o Qatar e o Egito, países que têm servido de intermediários com o Hamas. 

O jornal indica que a ofensiva será suspensa em troca de 100 reféns e que o acordo pode surgir nas próximas duas semanas. Está delineado já um acordo escrito que junta as propostas de Israel e do Hamas e que será discutido em Paris este domingo, 28. Apesar de ainda haver pontos importantes sobre os quais ainda não há acordo, os negociadores estão otimistas. 

Esta sexta-feira, 26, Joe Biden conversou por telefone com os líderes do Egito e Qatar. William J.  Burns, o diretor da CIA, vai a Paris conversar com representantes de Israel, Qatar e Egito, e caso sejam alcançados progressos, caberá a Brett McGurk, o coordenador do Médio Oriente da Casa Branca, fechar o acordo. 

Depois da chamada telefónica com o primeiro-ministro do Qatar, o xeque Mohammed bin Abdulrahman al-Thani, a Casa Branca emitiu um comunicado: "Os líderes afirmaram que um acordo sobre os reféns é fulcral para estabelecer uma pausa humanitária prolongada na luta e assegurar que maior assistência humanitária chega aos civis em Gaza. Sublinharam a urgência da situação e congratularam-se pela cooperação próxima entre as suas equipas para avançar nas discussões mais recentes."

Até agora, 110 dos reféns feitos pelo grupo terrorista Hamas a 7 de outubro estão em Israel. De acordo com o NY Times, o acordo terá duas fases: nos primeiros 30 dias de pausa, serão devolvidos idosos, feridos e mulheres a Israel. Nessa primeira fase, será discutida a segunda, com vista à suspensão das operações militares para serem devolvidos soldados e civis do sexo masculino israelitas. Ainda não é claro o número de palestinianos que serão libertados em troca.

Israel Defense Forces/Handout via REUTERS

Guterres pede que agência para refugiados seja financiada

Depois de ter sido conhecido que 12 funcionários da agência da ONU para os refugiados palestinianos estão a ser investigados por alegado envolvimento nos ataques do Hamas de 7 de outubro, vários países pararam o seu financiamento. Além dos EUA, também Itália, Canadá, Austrália, Reino Unido, Finlândia e Alemanha travaram. 

O secretário-geral da ONU, António Guterres, pediu a retoma do financiamento à UNRWA, por estar em risco a vida de dois milhões de palestinianos que dependem dela para comida, água e serviços essenciais. 

A ONU não tornou públicas as acusações, mas garante que nove dos 12 suspeitos foram despedidos, um foi confirmado morto e as identidades dos restantes estão a ser clarificadas. 

O apelo de Guterres surge dias depois de o chefe da diplomacia da União Europeia ter alertado que a situação humanitária em Gaza não podia ser pior. "De agora em diante não vou falar do processo de paz, mas quero uma solução de dois Estados", afirmou Josep Borell. 

Artigos Relacionados

As 10 lições de Zaluzhny (I)

O poder não se mede em tanques ou mísseis: mede-se em espírito. A reflexão, com a assinatura do general Zaluzhny, tem uma conclusão tremenda: se a paz falhar, apenas aqueles que aprendem rápido sobreviverão. Nós, europeus aliados da Ucrânia, temos de nos apressar: só com um novo plano de mobilidade militar conseguiríamos responder em tempo eficaz a um cenário de uma confrontação direta com a Rússia.