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Sob disfarce médico, forças especiais israelitas mataram três suspeitos em hospital

Ana Bela Ferreira
Ana Bela Ferreira 30 de janeiro de 2024 às 16:10
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Depois de anunciada a operação secreta em hospital da Cisjordânia, Hamas revelou estar a ponderar acordo de cessar-fogo. Proposta foi apresentada numa reunião, em Paris, com Estados Unidos, Israel, Qatar e Egito.

O líder do Hamas, Ismail Haniyeh, disse esta terça-feira (30) que a organização vai estudar uma nova proposta de cessar-fogo na guerra com Israel. O anúncio aconteceu horas depois de Israel ter anunciado uma operação em que militares infiltrados entraram num hospital na Cisjordânia e abateram três suspeitos de pertencerem a milícias armadas.

REUTERS/Raneen Sawafta

Um conjunto de militares israelitas, disfarçados de pessoal médico, foram filmados a matar três palestinianos num hospital no norte da Cisjordânia. A ação foi justificada por Israel, que garantiu que as vítimas eram "terroristas" e uma delas estaria a preparar um ataque inspirado no 7 de outubro.

Segundo o Hamas, um dos mortos fazia parte da organização, enquanto que os parceiros da Jihad Islâmica reconheceram os outros dois como sendo irmãos e seus membros.

Segundo as forças israelitas um dos elementos mortos tinha uma arma e defendeu que esta operação mostrou que os militantes estão a usar áreas civis, como hospitais, para se abrigarem e recorrerem a "escudos humanos". O Hamas tem negado estas alegações.

Fontes palestinianas indicaram, à Reuters, que não houve combates entre os três mortos e as forças infiltradas de Israel. Alegaram ainda que um deles, Basel Al-Ghazzawi, estava paralisado e numa cadeira de rodas por causa de um ferimento nas costas sofrido há um mês, estando no hospital a receber tratamento médico. O irmão estaria no hospital a prestar-lhe apoio e o terceiro seria amigo.

"Eles executaram os três homens enquanto dormiam no quarto... a sangue-frio, disparando balas diretamente nas suas cabeças, dentro do quarto onde estavam a ser tratados", descreveu o diretor do hospital, Najy Nazzal.

Esta operação pode agravar a violência entre palestinianos e israelitas fora de Gaza. Enquanto que na Faixa se tentam esforços para uma pausa nos combates que permita assistência aos civis que aí vivem.

Num comunicado citado pela agência francesa AFP, Ismail Haniyeh, a viver no Qatar, confirmou que está a analisar a proposta de cessar-fogo. O plano, que será também discutido numa visita ao Cairo, foi apresentado este fim de semana após negociações em Paris entre representantes dos Estados Unidos, Israel, Qatar e Egito.

Desde o eclodir da guerra entre Israel e o Hamas, na sequência dos ataques do Hamas a 7 de outubro que já morreram no enclave palestiniano 26.751 pessoas, segundo dados do Ministério da Saúde (controlado pelo Hamas). Só nas últimas 24 horas contaram-se 114 mortos e 249 feridos.

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