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Filha de Corina Machado recebe Nobel da Paz em nome da mãe: "Quase três décadas de luta contra uma ditadura brutal"

Ana Corina recebeu o prémio e leu um discurso em nome da mãe, que só vai chegar a Oslo mais tarde.

Ana Corina Sosa Machado, filha da opositora venezuelana María Corina Machado, recebeu esta quarta-feira em Oslo, na Noruega, o Prémio Nobel da Paz em nome da mãe, que não conseguiu chegar a tempo à cerimónia, mas que ainda hoje irá marcar presença na capital norueguesa.

Cerimónia de entrega do Prémio Nobel a Maria Ressa e Dmitry Muratov
Ana Corina Machado recebe Nobel da Paz em nome da mãe, María Corina Machado, em Oslo
Filha de María Corina Machado recebe Nobel da Paz em Oslo
Cerimónia de entrega do Prémio Nobel a Maria Ressa e Dmitry Muratov
Ana Corina Machado recebe Nobel da Paz em nome da mãe, María Corina Machado, em Oslo
Filha de María Corina Machado recebe Nobel da Paz em Oslo

Visivelmente emocionada, Ana começou por anunciar que "em algumas horas" a mãe iria estar presente em Oslo, após 16 meses escondida devido ao regime opressivo de Nicólas Maduro.

"A democracia enfraquece quando os cidadãos se esquecem de que a liberdade é algo que devemos cultivar", disse durante o discurso preparado pela mãe, lembrando que "a Venezuela nasceu da audácia, moldada por uma fusão de povos e culturas". "Em 1811 escrevemos a primeira constituição do mundo hispânico, uma das primeiras constituições republicanas do mundo. Nela, afirmámos uma ideia radical: a de que todo o ser humano possui dignidade soberana. Até mesmo a democracia mais forte enfraquece quando os seus cidadãos se esquecem de que a liberdade não é algo que devemos esperar, mas algo que devemos construir. A minha geração cresceu em liberdade e a tomámo-la como garantida".

"Foram quase três décadas de luta contra uma ditadura brutal", acrescentou.

Antes, o presidente do Comité Nobel norueguês, Jorgen Watne Frydnes, destacou María Corina Machado como um símbolo da luta democrática na Venezuela, lembrando que a defesa da democracia no país representa uma das demonstrações mais extraordinárias de coragem cívica na América Latina.

“Enquanto estamos aqui sentados, pessoas inocentes estão trancadas em celas escuras na Venezuela. Elas não podem ouvir os discursos de hoje, apenas os gritos dos prisioneiros a serem torturados. Sr. Maduro, aceite os resultados e renuncie ao poder”, disse Frydnes.

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