Sábado – Pense por si

Junho ainda vai a meio e já há temperaturas recorde

Débora Calheiros Lourenço
Débora Calheiros Lourenço 16 de junho de 2023 às 09:12
As mais lidas

As temperaturas médias globais registadas este mês estão quase 1 grau Celsius acima dos níveis registados no período homólogo desde 1979. O fenómeno oceano-atmosférico El Niño, pode ser um dos responsáveis.

As temperaturas globais estão a aumentar para níveis recorde para o mês de junho, o que se revela mais um sinal ameaçador da crise climática que pode levar 2023 a tornar-se o ano mais quente desde que há registo.

Temperatura xxx
Temperatura xxx

As temperaturas médias globais registadas neste mês até agora estão quase 1 grau Celsius acima dos níveis registados no período homólogo desde 1979. O Programa Copernicus, da União Europeia, já avançou que nos primeiros dias de junho foram 1,5 graus Celsius mais quentes do que o mesmo período nos tempos pré-industriais.

Apesar de junho ainda ir a meio e o verão ainda nem ter começado, vários cientistas já alertaram que este aumento da temperatura segue um padrão de agravamento do aquecimento global que deve levar este ano a ser o mais quente já registado.

As condições de aquecimento que têm sido sentidas devido à queima de combustíveis fósseis devem ser ainda maiores este ano devido ao calor gerado peloEl Niño, um fenómeno natural oceano-atmosférico que ocorre na faixa equatorial do Oceano Pacífico mas que é sentido de forma global e que é responsável por anos muitos secos e picos de temperatura.

A Administração Nacional Oceânica e Atmosférica (NOAA) dos Estados Unidos avançou a semana passada que as consequências doEl Niño, que acontece este ano, vão ser sentidas de uma forma gradual, especialmente a partir do início do próximo ano. No entanto, e de acordo com a mesma fonte, a Terra viveu a seuterceiro maio mais quenteenquanto a América registou mesmo o mês de maio mais quente dos últimos 174 anos. As temperaturas dos oceanos estão também a aumentar com maio a bater os recordes pelo segundo mês consecutivo.

Oaumento da temperatura dos oceanostem uma forte influência nas temperaturas globais mas também na destruição da vida marinha, através da distorção das populações de peixes, branqueamento dos recifes de corais e aumento no nível médio do mar, devido ao degelo.

Este ano já foram sentidas ondas de calor severas e recorde em lugares como Porto Rico, Sibéria ou Espanha. No Canadá o aumento da temperatura potencializou a propagação de grandes incêndios florestais que geraram fumo tóxico que se espalhou por cidades como Nova Iorque ou Washington e éprevisto que chegue a Portugal nos próximos dias.

Também em maio, a Organização Meteorológica Mundial alertou que a temperatura global deve aumentar nos próximos cinco anos. Deve ser também neste período que a temperatura média vai ultrapassar os 1,5 graus Celsius quando comparada com os tempos pré-industriais - este é o limite a partir do qual os cientistas apresentam dificuldades em prever os impactos das ondas de calor, secas, inundações e outros fenómenos climáticos.

Artigos Relacionados

As 10 lições de Zaluzhny (I)

O poder não se mede em tanques ou mísseis: mede-se em espírito. A reflexão, com a assinatura do general Zaluzhny, tem uma conclusão tremenda: se a paz falhar, apenas aqueles que aprendem rápido sobreviverão. Nós, europeus aliados da Ucrânia, temos de nos apressar: só com um novo plano de mobilidade militar conseguiríamos responder em tempo eficaz a um cenário de uma confrontação direta com a Rússia.

Cuidados intensivos

Loucuras de Verão

Até porque os primeiros impulsos enganam. Que o diga o New York Times, obrigado a fazer uma correcção à foto de uma criança subnutrida nos braços da sua mãe. O nome é Mohammed Zakaria al-Mutawaq e, segundo a errata do jornal, nasceu com problemas neurológicos e musculares.