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Jovem que alega ser Madeleine McCann perseguiu os pais da menina desaparecida, diz tribunal

Luana Augusto
Luana Augusto 06 de outubro de 2025 às 22:58
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Julia Wandelt terá ligado cerca de 60 vezes para a mãe de Maddie McCann e visitou várias vezes a residência dos pais da criança desaparecida. O tribunal adiantou ainda que a polaca já havia fingido ser duas raparigas desaparecidas.

A jovem que alega ser Madeleine McCann terá perseguido Kate e Gerry McCann - os pais da menina britânica que desapareceu na Praia da Luz, no Algarve, em 2007. Quem o disse foi um júri do tribunal de Leicester, no Reino Unido.

 Julia Wandelt
Julia Wandelt Redes Sociais

Julia Wandelt, de 24 anos, está a ser julgada em Leicester por ter alegadamente perseguido e assediado os pais de Madeleine McCann ao longo de três anos. Na sessão, que decorreu esta segunda-feira, o júri apelidou a jovem de "teórica da conspiração" e garantiu que ela nunca poderia ser a criança desaparecida. Além disso, foi acusada de ser uma manipuladora emocional que lançou uma "campanha de assédio" contra a família McCann. 

"Pode-se ficar a tentar pensar que isso tem alguma credibilidade, mas nesta fase inicial do julgamento podemos deixar claro que Julia Wandelt não é Madeleine McCann", referiu o procurador Michael Duck KC, citado pelo jornal The Guardian.

O procurador frisou ainda que Julia não tem "nenhuma ligação familiar" com os McCann e garantiu que irá apresentar provas científicas ao júri para sustentar esta afirmação. Além disso, recordou que a jovem é quase dois anos mais velha que Madeleine - afirmação esta que recebeu uma resposta por parte da polaca, que justificou que parecia mais nova do que realmente era.

Julia é acusada de ter efetuado chamadas, enviado várias mensagens e cartas e de ter feito várias visitas à residência do pais de Maddie entre os dias 1 de junho de 2022 e 21 de fevereiro deste ano. Nesta sessão o júri foi até informado que a jovem terá ligado para Kate McCann cerca de 60 vezes e as mensagens de voz foram produzidas durante esta sessão.

Numa destas mensagens, era possível ouvir Julia a dizer: "Se eu for ela então tudo ficará bem. Se não for, como provavelmente pensas, então deixo-te em paz."

E continuou: "Sei que pareço gorda e sei que não sou bonita, mas sei o que sei e sei do que me lembro."

No tribunal, falou-se também  de como a polaca terá utilizado o ChatGPT para criar imagens falsas, que ela enviou à irmã mais nova de Maddie, para mostrar as duas em crianças.

Julia, uma jovem polaca, alega ter memórias de ter estado na casa da família McCann e de ter participado em vários eventos famíliares, tendo recordações de brincadeiras que teve com os seus supostos irmãos. O tribunal parece, no entanto, não acreditar nesta versão, até porque o júri tem a informação de que esta jovem já havia fingido ser outras duas crianças desaparecidas, nomeadamente a alemã Inga Gehricke, que é mais velha oito anos, e a norte-americana Acacia Bishop, cuja avó foi julgada pelo assassinato da menina, mas considerada inocente.

Julia culpa, no entanto, a "grande corrupção" e a imprensa que diz que a faz "parecer louca". "Não sou mentirosa e não sou louca", concluiu.

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