Hazel Behan afirma ter sido violada pelo principal suspeito no caso do desaparecimento de Madeleine McCann. Apresentou agora queixa no Tribunal Europeu dos Direitos do Homem contra Portugal.
Uma mulher irlandesa que afirma ter sido violada pelo suspeito da morte de Madeleine McCann decidiu processar as autoridades portuguesas pela forma como lidaram com o seu caso. Hazel Behan apresentou um processo junto do Tribunal Europeu dos Direitos do Homem (TEDH) por as autoridades nacionais terem "investigado de forma deficiente o ataque sexual de que foi alvo em 2004".
Christian Bruckner
O documento entregue junto do TEDH acusa as autoridades de não terem investigado de forma séria Christian Brückner, o principal suspeito no desaparecimento de Madeleine McCann, depois de ter sido agredida e violada no seu apartamento na Praia da Rocha, no Algarve. Entre as falhas apontadas à investigação, segundo o documento apresentado pela Phoenix Law, incluem a não apreensão dos lençóis manchados de sangue e das unhas postiças partidas durante a luta. Os advogados dizem que estas eram provas forenses importantes.
A firma de advocacia refere ainda que a não disponibilização de um tradutor a Hazel para que ela pudesse compreender o processo ou prestar um depoimento pormenorizado como testemunha foi um entrave à investigação séria. É ainda afirmado que as autoridades portuguesas terão pedido à mulher irlandesa que regressasse à Irlanda devido aos danos que as suas alegações causavam na indústria do turismo.
As falhas sistemáticas na investigação portuguesa terão afetado a capacidade das autoridades alemãs de acusar Brückner pela violação de Behan, acusam ainda os advogados.
Behan acusa as autoridades de violação do artigo 3º (proibição de tratamentos desumanos ou degradantes) e do artigo 8º (direito à vida privada). "Apresentar o meu caso ao Tribunal Europeu dos Direitos do Homem não é apenas uma questão de procurar justiça para mim - é uma questão de me erguer depois de ter sido silenciada e ignorada durante demasiado tempo. Carrego a dor da forma como fui tratada todos os dias, mas espero que o Tribunal garanta que os meus direitos humanos sejam protegidos de acordo com as normas que são expectáveis em toda a Europa."
Darragh Mackin, da Phoenix Law, que atua como advogado de Behan, afirmou: "O Tribunal Europeu dos Direitos do Homem existe por uma razão. Existe para garantir às vítimas como Hazel Behan um nível mínimo de proteção nos vários Estados-Membros. Com esta ação, Hazel pôs em evidência as falhas sistemáticas e indesculpáveis das autoridades portuguesas que lhe negaram, a ela e a muitas outras vítimas, justiça durante quase duas décadas. Estas falhas contribuíram, em última análise, para a absolvição de um dos criminosos mais conhecidos da história moderna. Este caso tem por objetivo garantir que as vítimas de violência sexual não sejam ignoradas, rejeitadas ou silenciadas pelos próprios sistemas que as devem proteger".
Apesar das semelhanças notáveis entre o seu caso e outros crimes ocorridos na zona (de que Brückner é agora acusado), as autoridades portuguesas não avançaram com uma investigação séria às alegações de Hazel, afirma a queixa que responsabiliza as autoridades portuguesas por não terem feito o seu trabalho diligentemente o que prejudicou o julgamento de Behan.
Christian Brückner é o principal suspeito do desaparecimento de Madeleine McCann, uma menina inglesa de 3 anos que passava férias em Lagos com os pais e os irmãos gémeos, em 2007, mas nunca foi acusado.
Para poder adicionar esta notícia aos seus favoritos deverá efectuar login.
Caso não esteja registado no site da Sábado, efectue o seu registo gratuito.
Para poder votar newste inquérito deverá efectuar login.
Caso não esteja registado no site da Sábado, efectue o seu registo gratuito.
Ficaram por ali hora e meia a duas horas, comendo e bebendo, até os algemarem, encapuzarem e levarem de novo para as celas e a rotina dos interrogatórios e torturas.
Já muito se refletiu sobre a falta de incentivos para “os bons” irem para a política: as horas são longas, a responsabilidade é imensa, o escrutínio é severo e a remuneração está longe de compensar as dores de cabeça. O cenário é bem mais apelativo para os populistas e para os oportunistas, como está à vista de toda a gente.
Com a velocidade a que os acontecimentos se sucedem, a UE não pode continuar a adiar escolhas difíceis sobre o seu futuro. A hora dos pró-europeus é agora: ainda estão em maioria e 74% da população europeia acredita que a adesão dos seus países à UE os beneficiou.