O presidente da Câmara de Lisboa criticou o tempo de comunicação do Tribunal de Contas relativamente ao projeto de renda acessível previsto para a rua de São Lázaro, cujo visto prévio recusou em janeiro.
O presidente da Câmara de Lisboa, Fernando Medina (PS), criticou esta terça-feira o tempo de comunicação do Tribunal de Contas relativamente ao projeto de renda acessível previsto para a rua de São Lázaro, cujo visto prévio recusou em janeiro.
"Tenho aqui a lamentar (…) o que tem sido a posição incompreensível do Tribunal de Contas. Não falo da discordância relativamente ao Direito. Falo de algo tão simples que é o tempo de comunicação. Nós estamos a um período que se vai aproximar de oito, nove meses para conhecimento de uma situação de recurso, sem qualquer pista de caminho alternativo a seguir", afirmou o presidente da autarquia.
"Não acho adequado nem cordial, nem sequer próprio, uma instituição pública demorar 8, 9, 10, 11 meses a dar resposta a um problema, isto é, a dar resposta formal a um problema nem sequer a indicar o caminho da solução para que o programa se possa concretizar", acrescentou Fernando Medina, que respondia a uma intervenção do BE na sessão plenária da Assembleia Municipal de Lisboa.
O chefe do executivo municipal disse ainda que a "única solução" é a partir de setembro "aprovar um modelo diferente, que permita responder às questões que são colocadas e assim avançar de forma mais rápida", defendendo, no entanto, a necessidade da participação de privados, ao contrário do que defendem os bloquistas.
"Continuamos a achar que este programa só poderá ser concretizado com a rapidez que a urgência do problema exige se contarmos com todas as forças e todos os aliados ao nosso lado e por isso necessitaremos de ter programas com investimento privado", reforçou.
O Tribunal de Contas recusou o visto prévio ao projeto de renda acessível da Câmara de Lisboa previsto para a rua de São Lázaro, tendo a autarquia contestado.
Em causa está o contrato para a construção e reabilitação de imóveis da Câmara de Lisboa no âmbito do programa renda acessível, celebrado entre o município e a empresa Neonsmiles, no valor de 10 milhões de euros, para a recuperação de 16 imóveis, correspondentes a 15 edifícios e um terreno.
O acórdão do Tribunal de Contas sustenta que o contrato em causa é uma parceria público privada, com consequente aplicação do seu regime legal específico, e não um contrato de concessão, conforme a Câmara Municipal de Lisboa (CML) o encara.
"Existe, pois, um conjunto de condições que deveriam ter sido observadas antes do lançamento do procedimento pré-contratual respeitante ao contrato ora submetido a fiscalização prévia - e que, manifestamente, não foram respeitadas", lê-se no acórdão dos juízes Mário Mendes Serrano (relator), Paulo Dá Mesquita e Fernando Oliveira Silva.
Entre outras questões, não é apresentado um estudo de viabilidade económico-financeira, aponta o Tribunal, sendo que o documento enviado pela CML relativo a "estudos prévios sobre as condições de viabilidade económica" daquela operação "não cumpre minimamente as rigorosas exigências do regime jurídico das parceiras público privadas" (RJPPP).
O Tribunal de Contas, que fundamenta a sua decisão ao longo de 33 páginas, aponta também para a existência de um "conjunto de vantagens contratuais para a concessionária" que indicia "uma repartição de riscos desfavorável para o ente público".
Renda acessível: Medina critica tempo de comunicação do Tribunal de Contas
Publicamos para si, em três periodos distintos do dia, o melhor da atualidade nacional e internacional. Os artigos das Edições do Dia estão ordenados cronologicamente aqui ,
para que não perca nada do melhor que a SÁBADO prepara para si. Pode também navegar nas edições anteriores, do dia ou da semana. Boas leituras!
Para poder adicionar esta notícia aos seus favoritos deverá efectuar login.
Caso não esteja registado no site da Sábado, efectue o seu registo gratuito.
Quando tratados como a Carta das Nações Unidas, as Convenções de Genebra ou a Convenção do Genocídio deixam de ser respeitados por atores centrais da comunidade internacional, abre-se a porta a uma perigosa normalização da violação da lei em cenários de conflito.
Governo perdeu tempo a inventar uma alternativa à situação de calamidade, prevista na Lei de Bases da Proteção Civil. Nos apoios à agricultura, impôs um limite de 10 mil euros que, não só é escasso, como é inferior ao que anteriores Governos PS aprovaram. Veremos como é feita a estabilização de solos.
"O cachecol é uma herança de família," contrapôs a advogada de Beatriz. "Quando o casamento terminou, os objetos sentimentais da família Sousa deveriam ter regressado à família."