As câmaras de Albufeira, Entroncamento e São Vicente vão ser lideradas pelo Chega nos próximos quatro anos.
O Chega conquistou três Câmaras Municipais nas autárquicas deste domingo, ficando aquém dos resultados esperados, ainda que tenha conseguido representação autárquica em todos os distritos. Albufeira, Entroncamento e São Vicente, na região Autónoma da Madeira, foram as três autarquias conquistadas pelo partido liderado por André Ventura. Quem são os novos autarcas?
Os três presidentes da Câmara eleitos pelo Chega
Rui Cristina, Albufeira
Em Albufeira o Chega retirou a Câmara Municipal ao PSD, tendo Rui Cristina conseguido 40,51% dos votos (7.396) e três mandatos. No discurso que fez quando foi anunciado que iria liderar a autarquia, afirmou: "Houve quem fizesse reinar o medo, mas a vitória foi nossa", elogiando a "coragem" de quem aceitou fazer parte das suas listas.
"Quero agradecer ao André Ventura pela escolha, por ter acreditado na minha pessoa e ao Partido Chega", disse ainda Cristina que terá agora de abandonar o Parlamento.
O ex-deputado do PSD que chegou a coordenar o seu grupo na Comissão de Saúde no Parlamento foi militante social-democrata durante mais de 20 anos. Em janeiro de 2024, saiu do partido devido, segundo o próprio, a divergências com a liderança de Luís Montenegro - sentia que a liderança laranja só estava preocupada com "ajustes de contas internos" e com a "imposição de egos" - e terminou a XV legislatura como deputado não inscrito.
Em 2022 Rui Cristina foi eleito pelo distrito de Faro pelo PSD e terá ficado desagradado quando foi "atirado" para um lugar não elegível nas listas de candidatos às legislativas de março de 2024, ficando em quinto lugar por Faro.
Em março desse mesmo ano, foi anunciado como cabeça de lista pelo Chega no círculo eleitoral de Évora, sendo eleito deputado nas legislativas. Nascido em 1979, Cristina é engenheiro civil de formação.
José Carlos Gonçalves foi o primeiro presidente da Câmara eleito na história do Chega, vencendo a Câmara de São Vicente com 49,23% dos votos e elegendo três vereadores. Foi notícia ainda antes de ser eleito por, na manhã domingo, na mesa de voto dos Lameiros, se ter envolvido numa altercação com um delegado.
A cena é descrita pelo Diário da Madeira: durante a manhã de domingo, na mesa de voto dos Lameiros, registou-se um incidente grave entre um delegado do PSD e o candidato do Chega, José Carlos Gonçalves, que viria a ser o vencedor da noite. De acordo com aquele jornal, o delegado social-democrata pediu que o candidato se afastasse da mesa, uma vez que permanecia junto dos eleitores há bastante tempo, alegadamente a tentar influenciar o voto, o que é proibido pela lei eleitoral. Um vídeo mostra José Carlos Gonçalves a atacar então o telemóvel que o filmava.
Sobre a agressão em que se viu envolvido no dia das eleições disse ao Diário da Madeira: “Interrompi a filmagem de imediato, pedi desculpa e fui à esquadra formalizar a situação”. “Não vim para dividir. Vim para transformar. Conto com todos, mesmo com os adversários. Este mandato será de trabalho, seriedade e transparência", disse ainda ao jornal insular.
Empresário na área dos seguros, José Carlos Gonçalves, de 59 anos, já tinha sido candidato a eleições pelo Partido Socialista e foi candidato da IL nas últimas autárquicas, em 2021.
Nelson Cunha, Entroncamento
O cabeça de lista do Chega para o Entroncamento, Nelson Cunha, foi eleito presidente da autarquia com 37% dos votos, pondo fim a três mandatos consecutivos de governação socialista.
"Sabemos que temos muito trabalho árduo para fazer nos próximos quatro anos e aqui estamos para o fazer. Trabalho, trabalho e trabalho. De coração, agradeço ao Entroncamento, sou entroncamentense e estou felicíssimo", afirmou Nelson Cunha após ser anunciada a sua vitória.
No início da noite, Ventura tinha anunciado que viajaria para a primeira autarquia conquistada pelo partido. Como essa vitória aconteceu na Madeira, o Entroncamento foi o destino. Já perto da meia noite a confirmação de que André Ventura estava a caminho para celebrar com os apoiantes chegou. O líder celebrou abraçando e congratulando Nelson Cunha.
Sociólogo de formação, Nelson Cunha é gestor e empresário. Com 35 anos, foi emigrante durante oito anos no Reino Unido, tendo posteriormente voltado ao país.
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Esta medida tem uma natureza complementar, devendo ser acessória ao que realmente importa e que é aquilo que a OPP defende: a existência, de base, de serviços de psicologia bem estruturados e com recursos nas instituições de ensino superior.
Ventura pode ter tido a sua imagem em cartazes pelo país fora que não engana os eleitores. Os portugueses demonstraram distinguir bem os atos eleitorais.
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