Ministro das Finanças defendeu que não poderia haver convite a Alexandra Reis para tutelar a TAP se tivesse havido "divergências estratégicas" com Christine Ourmières-Widener e admitiu que "não era esse o caso". Fernando Medina nega, contudo, ter sabido da forma como Reis saiu da companhia.
O ministro das Finanças, Fernando Medina, revelou que na escolha de Alexandra Reis para ser secretária de Estado do Tesouro foi tida em conta a natureza das divergências entre Reis e a então CEO da TAP, Christine Ourmières-Widener, facto que não viu como um obstáculo à sua nomeação para o Governo. A admissão de que as Finanças tinham conhecimento dessas divergências – que ditaram a saída de Reis com a indemnização de 500 mil euros – contrasta com as garantias de Medina, de que só soube da forma de saída e do valor pago quando oCorreio da Manhãlhe perguntou a 21 de dezembro.
MIGUEL A. LOPES/LUSA
Fernando Medina respondia ao deputado Hugo Carneiro, do PSD, que lhe perguntou como escolhera Alexandra Reis. O ministro das Finanças explicou – sem detalhar quem ouviu para se informar sobre quem estava a convidar – que Alexandra Reis "não era uma desconhecida no mundo da Administração Pública Portuguesa", nem "desconhecida do universo do Ministério das Finanças", com quem tivera uma relação "forte de trabalho" e que "não havia nada que contraindicasse sobre o desempenho da sua função". Para vincar o ponto, Medina acrescentou que Alexandra Reis "tinha sido administradora de duas empresas públicas".
O deputado do PSD pergunta: "Portanto, uma eventual saída da TAP em divergência com a CEO indo depois Alexandra Reis tutelar a TAP não podia gerar um problema nessa tutela?". E o ministro respondeu. "Depende da natureza das divergências (…) são muito frequentes em todos os contextos e, muitas vezes, desaparecendo o contexto que gera essa divergência a divergência em si desaparece", afirmou Medina. "A minha preocupação era sobre se existiam divergências estratégicas, isso sim tornaria o convite… o convite não teria acontecido", acrescentou.
A resposta sugere que o ministro das Finanças conhecia as divergências entre Alexandra Reis e Christine Ourmières-Widener, que levaram a que a então CEO da TAP avançasse para despedir a gestora da qual discordava. As audições aAlexandra Reise aChristineforam, de resto, contraditórios neste ponto: a gestora disse que as divergências não eram sobre questões estratégicas (embora discordasse, por exemplo, do otimismo das metas do plano da TAP) e a CEO da TAP afirmou que eram.
Fernando Medina mantém, contudo, que não falou com Alexandra Reis sobre a sua passagem pela TAP e que só soube da questão da sua saída em conflito e da indemnização paga quando oCorreio da Manhãlhe enviou perguntas sobre o assunto, a 21 de dezembro do ano passado. O tema de quem conhecia e validava a indemnização é muito sensível do ponto de vista político, já que ditou o afastamento do ministro Pedro Nuno Santos, do seu secretário de Estado Hugo Mendes – e o despedimento com justa causa de Christine Ourmières-Widener e de Manuel Beja, o presidente do Conselho de Administração da TAP.
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