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Marcelo Rebelo de Sousa: "A balança de poderes do mundo está em mudança"

Carlos Moedas também discursou no 5 de Outubro e anunciou que a Câmara de Lisboa vai comemorar o 25 de Novembro. Já o Presidente da República lembrou os tempos do início da República e alertou para o risco de não se saber tirar lições do passado.

"A balança de poderes do mundo está em mudança" afirmou Marcelo Rebelo de Sousa, esta quinta-feira, na cerimónia do 5 de Outubro, num discurso em que apelou à mudança para não ficarmos para trás. "Não podemos deixar morrer a liberdade, a de pensamento e de expressão, custe o que custar", para isso, o Presidente da República (PR) pediu que se "reforme a sério" para que "outros não preencham o vazio que vão deixando atrás de si".

TIAGO PETINGA/LUSA

O PR começou o seu discurso a relembrar como era Portugal há 100 anos, treze anos depois da proclamação da República. Como não havia aviões, carros e o tempo "passava lento no mundo rural". Lembrou o fim do império português, a segunda guerra mundial e o final da Europa como a conhecíamos. "Há realidades que vistas a mais distância nos impressionam, como a noção do acesso à educação ou de que há mais mundo para além do nosso", sublinhou o Presidente.

"Estamos em 2023 no meio de uma guerra global, feita no meio de muitas outras guerras, e que tantos pensaram que não ocorreria, como tantos preferiram não ver. A balança de poderes do mundo está em mudança. Tudo isso poderá suceder com o clima se não nos atravessarmos, tudo poderá suceder com a incapacidade ou lentidão da luta da pobreza, do reconhecimento do papel das mulheres, dos jovens", referiu. Lembrando ainda que há 100 anos havia quem pensasse que "as formas existentes eram mais eternas do que seriam" enquanto outros souberam "retirar lições do passado ou do presente para evitar comer erros iguais no futuro. E esses acabariam por liderar o futuro".

Antes de Marcelo, falou Carlos Moedas, o presidente da Câmara Municipal de Lisboa, que prometeu celebrar o 25 de Novembro, a partir deste ano. Na sua intervenção, apresentou medidas para baixar impostos dos lisboetas e ajudar a fixar os jovens em Portugal. "Sim é possível diminuir os obstáculos. É possível não trabalhar apenas para alimentar a máquina do Estado. Todos temos de fazer este esforço: Estado central e autarquias".

Num dos lados da Praça do Município um grupo de professores manifestou-se, embora afastado do palco onde decorreram os discursos.

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