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Documentos portugueses usados para fabricar identidade de espião russo

Nuno Tiago Pinto
Nuno Tiago Pinto 11 de agosto de 2022 às 20:00

Um agente do GRU que tentou infiltrar-se no Tribunal Penal Internacional e que foi apanhado pelos serviços de informações holandeses usou a identificação de um suposto pai português para forjar a identidade. Não é a primeira vez que operacionais russos tentam obter informações de cidadãos nacionais para fabricar documentos de identificação.

No mundo das sombras em que se movem os agentes clandestinos, haverá poucas coisas mais valiosas do que uma boa (falsa) identidade. Uma que lhes permita passar despercebidos, ganhar a confiança dos alvos para obter informações e que nunca os ligue ao Estado para o qual trabalham. Foi isso que Sergey Cherkasov, um espião do GRU, os serviços de informações militares russos, conseguiu durante cerca de 10 anos: construiu a identidade de um estudante brasileiro, chamado Viktor Muller Ferreira, que passou por universidades na Irlanda e nos Estados Unidos e que, se não tivesse sido desmascarado em abril, teria conseguido infiltrar-se no Tribunal Penal Internacional numa altura em que a instituição investiga os alegados crimes de guerra cometidos por militares russos na Ucrânia e na Geórgia, em 2008.

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