Num dos dois cofres do Tribunal Central de Instrução Criminal (TCIC), em Lisboa, estão guardadas duas folhas manuscritas que o Ministério Público (MP) incluiu no processo-crime que visa um dos mais antigos espiões do Serviço de Informações de Segurança (SIS), Francisco Carvalhão Gil, entretanto acusado de espionagem, violação de segredo de Estado e corrupção passiva. Apesar de o MP reconhecer que estes documentos não estão sequer classificados como "informações oficiais sujeitas a sigilo", os procuradores João Melo e Vítor Magalhães (os titulares do inquérito) decidiram juntá-los a um vasto conjunto de dados confidenciais, em papel e em formato digital, apreendidos no ano passado durante a detenção do espião português.