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Escolas de Gaia recebem autorização para contratar 47 funcionários

02 de abril de 2019 às 12:10
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Cerca de 150 encarregados de educação concentraram-se esta terça-feira junto às instalações da Direção-Geral de Estabelecimentos Escolares para protestar contra a falta de pessoal não docente.

O protesto desta terça-feira frente às instalações da Direção-Geral de Estabelecimentos Escolares no Porto, que juntou cerca de 150 encarregados de educação e pais que se manifestaram contra a falta de funcionários nas escolas da região, já está a gerar frutos: as escolas de Gaia tiveram hoje autorização para contratar 47 auxiliares de forma a colmatar a carência que se tem sentido em vários estabelecimentos de ensino.

A autorização foi dada pela Direção-Geral dos Estabelecimentos Escolares (DGEstE) numa reunião com Federação das Associações de Pais do Concelho de Vila Nova de Gaia (Fedapagaia), que organizou o protesto desta manhã.

Apesar das notícias positivas, o presidente da Fedapagaia, José Cardoso, realçou que era necessário contratar pelo menos 70 funcionários.

A manifestação contou ainda com pais das escolas da Póvoa de Varzim, concelho que teve permissão para contratar 25 auxiliares.

Encarregados de educação de Gaia exigem mais funcionários nas escolas

Cerca de 150 pessoas de associações de pais de Vila Nova de Gaia estiveram hoje concentradas junto às instalações da Direção-Geral de Estabelecimentos Escolares (DGEsTE Norte), no Porto, para exigir ao Governo a colocação de mais funcionários nas escolas.

"Funcionários a menos, insegurança a mais. Não podemos ficar descansados. Não podemos ficar calados" é o título do documento que o presidente da Federação das Associações de Pais do Concelho de Gaia (FEDAPAGAIA), José Cardoso, quer que o diretor da DGEsTE Norte entregue ao primeiro-ministro, António Costa.

O protesto reúne cerca de centena e meia de pessoas com cartazes e faixas nos quais se leem frases como "Faltam funcionários para Acompanhar alunos em caso de acidente" ou "Falta vigilância nos recreios, blocos e balneários", entre outras.

Em declarações à agência Lusa, Rafaela Azevedo, mãe de uma criança de oito anos diagnosticada com autismo, défice de atenção e hiperatividade que frequenta a EB1 Joaquim Almeida Nicolau, em Gaia, descreveu que "não há funcionários na escola para acompanhar as crianças com necessidades educativas especiais".

 "O meu filho não tem terapias na escola. Tem fora porque o levo ao privado. Na escola não há apoios e faltam auxiliares para o acompanhar, assim como aos outros meninos", disse a mãe ao lado de Luciana Cruz que relatou um caso idêntico.

Escolas abrem concurso para mais mil funcionários

O concurso para contratar mais mil funcionários para as escolas e criar uma bolsa que permita aos diretores substituir trabalhadores em falta será lançado na sexta-feira, anunciou esta quinta-feira a secretária de estado da Educação.

O concurso para contratar mais mil funcionários para as escolas e criar uma bolsa que permita aos diretores substituir trabalhadores em falta será lançado na sexta-feira, anunciou esta quinta-feira a secretária de estado da Educação.

"Também sinto muita insegurança ao deixar lá o meu menino. Fazem o que podem, mas não chega. Faltam funcionários", disse Luciana Cruz, mãe de um menino de sete anos que também frequenta a EB1 Joaquim Almeida Nicolau e que foi diagnosticado com autismo ligeiro.

Por sua vez, Vítor Miranda, pai de dois alunos (cinco e oito anos) da Escola de Francelos, descreveu à Lusa que a receção dos filhos de manhã "é muito complicada", uma situação que "piora quando o tempo também piora", porque "um só funcionário para receber 150 a 200 crianças é incomportável".

"E depois é a falta de limpeza. Não é possível repor produtos nas casas de banho. Os bares têm de reduzir horário, as bibliotecas também", referiu Vítor Miranda.

A Fedapagaia representa 90 associações, o que corresponde a cerca de 70.000 pais de um universo de cerca de 210 escolas.

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