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Costa está "magoado" e "frustrado", mas não se arrepende

Diogo Barreto
Diogo Barreto 11 de dezembro de 2023 às 11:19
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O socialista referiu que o parágrafo da Procuradoria-Geral da República foi "determinante" para a decisão de apresentar a sua demissão. E nem Marcelo escapa à crítica.

António Costa, no primeiro dia como líder de um Governo em gestão, comentou esta segunda-feira, 11, que se sentiu magoado pela forma como o processo que levou à queda do Governo se desenrolou. Afirmou aind estar confiante de que vai sair ilibado e questionou o Presidente da República e a procuradora-geral sobre se manteriam agora as decisões que tomaram a 7 de novembro.

Lusa

À CNN Portugal - estação à qual dará uma entrevista esta segunda-feira à noite -, Costa afirmou não se ter arrependido da sua decisão em demitir-se. E reforçou que se tivesse a hipótese tomar a decisão novamente, não tem "a menor das dúvidas" que voltava a demitir-se. "Hoje faria exatamente o mesmo que fiz no dia 7 [de novembro]. O que pode é perguntar a quem fez o comunicado e a quem tomou a decisão posterior de dissolver a Assembleia da República se faria o mesmo perante aquilo que sabem hoje", comentou, numa aparente crítica à postura tanto da Procuradora-Geral da República, Lucília Gago, e do Presidente da República, Marcelo Rebelo de Sousa, respetivamente.

"Aquele parágrafo foi determinante. Já me perguntaram muitas vezes ‘e se não tivesse havido o parágrafo?’. Eu estava a ponderar. Eu tinha pedido ao sr Presidente da República nessa manhã uma reunião às 9h30 da manhã. Provavelmente aguardaria pela conclusão da avaliação pelo juiz de instrução pelos indícios que existiam", esclareceu António Costa sobre a inclusão de um parágrafo no comunicado do gabinete de imprensa da Procuradora Geral da República a especificar que o primeiro-ministro estava a ser alvo de inquérito junto do Supremo Tribunal de Justiça, acrescentando ainda estar "magoado" e "frustrado" por ter visto o seu trabalho ser interrompido "pela segunda vez consecutiva". "Quem exerce as funções de primeiro-ministro não pode estar sob uma suspeita oficial", reforçou.

"Agora, perante um comunicado onde uma pessoa, que não é uma pessoa qualquer, é a procuradora-geral da República, entende comunicar oficialmente ao país e ao mundo que, além de tudo mais, foi aberto um processo contra o primeiro-ministro, tenho um dever que transcende a minha dimensão pessoal. Há uma dimensão institucional na função de primeiro-ministro", justificou ainda.

O primeiro-ministro concluiu ainda afirmando: "Se me pergunta se estou magoado, estou", mas sublinhou não ser rancoroso. "E como sou otimista estou confiante e vou continuar a ser", depositando a sua confiança no sistema judicial. "Se há convicção muito firme que tenho é no sistema de justiça, que é muito original, que não tem paralelo, mas onde os cidadãos podem ter a garantia e uma confiança: é que ninguém está acima da lei. Se me perguntam se eu acho normal que seja publicitada, sem que sejam praticados atos idoneidade de uma pessoa, é algo que a justiça deve refletir. Não tenho dúvidas qual é o final da história. Sei que não tive nenhum benefício, nenhum benefício indevido, para além do salário que me é pago", frisou.

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