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A história dos primeiros soldados a embarcar para a Guerra do Ultramar

Marta Martins Silva 15 de fevereiro de 2020

Foram aclamados como heróis à chegada a Luanda, mas estavam mal preparados, não tinham equipamento adequado e nem sabiam bem o que estavam ali a fazer. Sobreviveram – a custo – sem saber que tinham à espera outra batalha para a vida: o regresso a casa.

O dia tinha acabado de nascer no porto de Luanda quando mais de dois mil soldados desembarcaram do paquete Niassa, depois de duas semanas no mar. Os homens pouco mais eram do que rapazes, vestiam uma farda de caqui amarela amarrotada da viagem e foram engolidos por um mundo totalmente novo e diferente do que tinham deixado para trás. Impressionaram-se com a grandeza da cidade - muitos conheciam apenas as aldeias onde haviam nascido e os quartéis onde tinham feito as recrutas -, com a beleza da baía caiada pela luz da manhã, com a multidão em êxtase que os saudava como heróis enquanto desfilavam, gritando "Vivas" alto e bom som.

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