Dois alunos do total sancionado ficaram impedidos de frequentar a instituição académica entre um a cinco anos. Os casos de plágio chegaram a ser detectados em dissertações de mestrado e teses de doutoramento.
A Universidade de Coimbra (UC) sancionou 19 estudantes por plágio e puniu 58 por fraude desde a entrada em vigor do Regulamento Disciplinar dos Estudantes (RDEUC), no início do ano lectivo 2012/13, foi esta quinta-feira anunciado.
"Os casos de 'cópia', na realização de provas de avaliação, são [as infracções disciplinares] mais frequentes, mas a sua punição tem-se tornado cada vez mais simples, dissuadindo os potenciais infratores", refere a UC.
O combate às tentativas de falsear os resultados de provas e trabalhos académicos na UC intensificou-se após a entrada em vigor do RDEUC, tendo sido até agora punidos 77 alunos. Até ao ano lectivo 2012/13, não existia enquadramento para estas infracções disciplinares.
"O Regulamento Disciplinar dos Estudantes da Universidade de Coimbra pune de forma forte e exemplar a fraude e o plágio: todos os casos assinalados e provados têm consequências e não estamos a falar de penas menores. É importante fixar esta ideia de que as pessoas não podem violar as regras e devem seguir uma conduta ética responsável", refere o reitor da UC, João Gabriel Silva, sublinhando o compromisso da instituição "com um percurso de aprendizagem marcado pelo trabalho honesto e um total repúdio por falsificações e plágio".
Desde a entrada em vigor do RDEUC, infracções como a "utilização de práticas de plágio, obtenção fraudulenta de enunciado de prova, substituição e obtenção fraudulenta de respostas, simulação de identidade pessoal ou falsificação de pastas e enunciados" recebem sanções disciplinares que vão desde a advertência até à interdição de frequência da UC até por um período até cinco anos.
"Quanto aos episódios de fraude, registaram-se 58: 37 de 'cópia', 16 de 'posse de elementos electrónicos (telemóveis/smartwatches)', dois de 'simulação de identidade', dois de 'falsificação de documento' e um de 'associação de nome a trabalho alheio', esclarecem os serviços da UC.
Ainda segundo a mesma fonte, dois processos resultaram em penas de interdição (impedimento de frequentar a UC por um período de entre um a cinco anos). E 56 tiveram como sanção a suspensão temporária das actividades escolares, por períodos entre 30 e 150 dias (oito), por uma época de avaliação (46 processos, um deles com pena suspensa) ou por duas épocas de avaliação (dois).
O combate ao plágio foi reforçado desde o início de 2017/18 com a entrada em funcionamento na UC de umsoftware de detecção deste tipo de infracções, tendo sido registados 19 casos: em trabalhos (12), relatórios (3), dissertações (3) e teses (1). A sua sanção passou pela suspensão das actividades escolares, por um período até 150 dias (13) ou pela suspensão da avaliação por um ano (seis).
As universidades combatem o plágio e a fraude há vários anos: num inquérito de 2016 realizado a 7292 estudantes de 101 faculdades e institutos politécnicos, metade admitiram já ter copiado alguma vez na sua vida académica e dois em três dos inquiridos revelaram que já deixaram outros colegas cabular nos exames. O estudo dirigido por Filipe Almeida do Centro de Estudos Sociais da UC concluiu ainda que os rapazes têm uma maior tendência em copiar do que as raparigas.
Universidade de Coimbra pune 77 alunos por plágio e fraude
Publicamos para si, em três periodos distintos do dia, o melhor da atualidade nacional e internacional. Os artigos das Edições do Dia estão ordenados cronologicamente aqui ,
para que não perca nada do melhor que a SÁBADO prepara para si. Pode também navegar nas edições anteriores, do dia ou da semana. Boas leituras!
Para poder adicionar esta notícia aos seus favoritos deverá efectuar login.
Caso não esteja registado no site da Sábado, efectue o seu registo gratuito.
Para poder votar newste inquérito deverá efectuar login.
Caso não esteja registado no site da Sábado, efectue o seu registo gratuito.
A PSP enfrenta hoje fenómenos que não existiam ou eram marginais em 2007: ransomware, ataques híbridos a infraestruturas críticas, manipulação da informação em redes sociais. Estes fenómenos exigem novas estruturas orgânicas dedicadas ao ciberespaço, com autonomia, meios próprios e formação contínua.