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Enviada de segunda a domingo às 10h30
Depois do canalha Musk ter tido o descaramento de declarar que a empatia é uma das fraquezas fundamentais da civilização europeia, eis que a Administração Trump se atreve a proclamar que as actividades da UE minam a liberdade política e a soberania dos povos.
Já há muito tempo que os governos
do EUA consideram que os seus interesses estratégicos na área do planeta
designada por Ásia-Pacífico são muito mais relevantes do que o eixo atlântico
do Mundo.
E isso aconteceu ainda durante a
governação de administrações do Partido Democrático e muito particularmente no
tempo das duas Administrações presididas por Barack Obama.
A novidade trazida pelo actual
governo de Donald Trump é que, desta vez, os republicanos MAGA, depois de terem
destruído completamente a Ordem Mundial consagrada pelos Acordos de Bretton
Woods de julho de 1944, não têm qualquer problema em demonstrar, de forma muito
pública e muito clara, o seu total desprezo pelos países europeus e pelos
valores fundamentais da sua cultura e pelo modo de vida europeu, que é muito
distinto do chamado “american way of life”, expressão que, para além de
constituir um completo abuso de linguagem, já que, como nunca me cansarei de
afirmar, sem contar com os países da América Central e da América do Sul, só na
América do Norte existem três países, corresponde, na verdade, a um muito
mitificado e bem pouco real modo de vida dos estado-unidenses.
Depois do canalha Elon Musk ter
tido o descaramento de declarar que a empatia é uma das fraquezas fundamentais
da civilização europeia, eis que agora, no documento que define a Estratégia de
Segurança Nacional dos EUA, a Administração Trump se atreve a proclamar que as
actividades da União Europeia e de outros organismos transnacionais minam a
liberdade política e a soberania dos povos e promovem a censura da liberdade de
expressão e a supressão da oposição política.
E, claro, em linha com a ideologia
política xenófoba, racista, intolerante e supremacista dos actuais dirigentes
republicanos e a consequente prática concreta dos mesmos, lá vem a ladainha de
que as políticas migratórias seguidas na Europa estão a transformar o
continente e a criar conflitos conducentes à perda das identidades nacionais e
a crises de auto-confiança, o que, segundo esses iluminados, tornará o
continente irreconhecível em 20 anos ou menos.
Trata-se, uma vez mais, da defesa
da chamada “teoria da substituição”.
E, perante toda esta insultuosa
desconsideração, com a honrosa excepção da Noruega, que, e muito bem, passou recentemente
a classificar os Estados Unidos como uma potencial ameaça à sua segurança
interna, as lideranças europeias continuaram a manifestar a sua invertebrada e
pífia subserviência perante os rufias instalados no outro lado do Oceano
Atlântico.
E, o que não pode ser esquecido, a
Noruega é um dos países fundadores da NATO/OTAN.
Muito sinceramente, não consigo
perceber este rastejar miserável e bajulador das lideranças europeias, quando
Trump e os seus apaniguados não disfarçam – e bem pelo contrário, afirmam-no
despudoradamente - o seu objectivo de ver destruída a União Europeia e os
outros “organismos transnacionais” e de instalar nos governos dos diversos
países do continente os “patriotas” defensores dos “interesses nacionais” de
cada um desses isolados e divididos Estados.
Isolados, divididos e impotentes e
totalmente irrelevantes países europeus, clarifico.
Mas será que não é possível
eliminar esta cegueira já não suicidária, mas sim suicida dos dirigentes da
União Europeia e dos seus Estados Membros?
Será que é assim tão difícil
perceber que os tais “patriotas defensores dos interesses nacionais” de cada um
dos países europeus individualmente considerados não são mais do que os mais
acérrimos defensores dos interesses dos grupos sociais dominantes dos EUA?
Essa gente que tem um ódio profundo
e indisfarçável aos valores humanistas que constituem o núcleo fundamental da
civilização ocidental e da cultura milenar que lhe está subjacente, não tem, de
facto, a mínima ideia ou noção do que são os verdadeiros interesses nacionais
dos povos europeus, sendo, isso sim, autênticos traidores vendidos a interesses
estrangeiros.
Aliás, chamar-lhes traidores (e
traidoras) até é muito pouco, porque, o que tem de ser devidamente clarificado
e amplamente difundido por todas as vias comunicacionais disponíveis, esses
falsos patriotas não têm um pingo de respeito pelo real passado histórico do
país.
E insisto muito intensamente no uso
destas palavras (“suicidária” e “suicida”) porque a eclosão de uma guerra
global tornou-se, infelizmente e de um modo muito preocupante, uma
possibilidade muito séria, aumentando, a cada dia que passa, a probabilidade de
concretização de uma tal tragédia, cujas consequências serão sempre terríveis.
E, neste actual contexto, que faz o
governo português?
Pois, como soí dizer-se, pela
calada da noite, vai continuando a comprar material de guerra fabricado nos
EUA, fugindo como o diabo da cruz de um qualquer debate acerca destas matérias
fundamentais para o futuro do país e dos portugueses e das portuguesas.
E, pior do que isso, na senda das
estratégias defendidas pelo fascista estado-unidense Steve Bannon vai inundando
a agenda política com uma verdadeira avalanche de iniciativas políticas que
nada têm a ver (nada de nada, repito) com os reais interesses do país e com a
resolução dos concretos problemas que avassalam os portugueses e as
portuguesas, iniciativas essas que, contudo, pela sua profunda gravidade e intensa
danosidade para esses interesses e necessidades populares, têm de ser
vigorosamente combatidas.
E estão a sê-lo, mas sem que, ao
mesmo tempo, estejam a ser debatidas as questões de política internacional que
irão moldar, de forma indelével o futuro dos habitantes do planeta.
O que é perigoso.
E a circunstância de o país estar
mergulhado numa campanha eleitoral para escolha de um novo Presidente da
República não pode nem deve servir de obstáculo à discussão desses cruciais
problemas.
Ou será que já esqueceram (ou
porventura nunca souberam, sem que a ignorância os desonere da muito estrita obrigação
de tal conhecer) que o Presidente da República é o Comandante Supremo das
Forças Armadas e que, nos termos da alínea c) do artigo 135º da Constituição da
república Portuguesa, é a ele (ou ela) que compete “declarar a guerra em
caso de agressão efetiva ou iminente e fazer a paz”?
Depois do canalha Musk ter tido o descaramento de declarar que a empatia é uma das fraquezas fundamentais da civilização europeia, eis que a Administração Trump se atreve a proclamar que as actividades da UE minam a liberdade política e a soberania dos povos.
Infelizmente existe um risco real de que não apenas a Democracia, o Estado de Direito e os direitos humanos poderão vir a desaparecer da face da Terra, como também que o mesmo aconteça com a Vida Humana.
António Ramalho Eanes, general e Presidente da República, com a sua assinalável sabedoria e enorme bom-senso, disse que essa é uma data que deve ser assinalada e recordada, mas não comemorada.
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São cada vez mais escassas as expectativas de progressão profissional com aumento de rendimentos e melhores condições de trabalho nas presentes condições do mercado laboral.