Secções
Entrar

Crise política. Marcelo reúne com partidos

Leonor Riso 08 de novembro de 2023 às 07:00

Depois da demissão de António Costa, as decisões cabem a Marcelo Rebelo de Sousa. Irá ouvir os partidos - que defendem eleições antecipadas - mas só falará ao País após reunir o Conselho de Estado.

Apósa demissão de António Costa, o Presidente da República ouve esta quarta-feira os partidos com assento parlamentar. Marcelo começa as audições às 11 horas, seguindo uma ordem: Livre, PAN, Bloco de Esquerda, PCP, Iniciativa Liberal, Chega, PSD e PS, apontando para que a última audição inicie às 19 horas.

Miguel Baltazar

Na terça-feira, 7, à noite, o Presidente da República deu um passeio pelos jardins de Belém e, aos jornalistas que o interpelaram, garantiu que só falará na quinta-feira, dia em que reúne o Conselho de Estado.

Na nota da Presidência acerca da convocatória aos partidos, Marcelo invocou a alínea e) do artigo 133.º da Constituição Portuguesa, que versa sobre a dissolução da Assembleia da República. Para que tal ocorra, deve ouvir os partidos e reunir o Conselho de Estado.

Marcelo parece assim estar a preparar-se para dissolver o Parlamento,o que envolve a marcação de eleições antecipadas num prazo de 60 dias após a publicação do ato de dissolução.

Na reação à demissão de Costa,os partidos pareceram concordar na necessidade de eleições antecipadas. À direita, PSD, Iniciativa Liberal, Chega e CDS querem que os portugueses vão a votos. À esquerda, do PCP ao Bloco de Esquerda, aconteceu o mesmo. E até o PS, partido do Governo e que tinha maioria no parlamento, afirmou-se preparado tanto para eleições como para mudança de liderança do executivo.

António Costa apresentou a sua demissão esta terça-feira após saber que iria ser alvo de uma investigação por parte do Supremo Tribunal de Justiça devido à exploração de lítio e hidrogénio. O seu chefe de gabinete,Vítor Escária, o presidente da Câmara de Sines,Nuno Mascarenhas, dois administradores da sociedade Start Campus e o seu "melhor amigo"Diogo Lacerda Machadoforam detidos e passaram a noite no Cometlis, em Moscavide, Lisboa. Os cinco arguidos só começarão a ser ouvidos na quarta-feira à tarde, para que lhes seja aplicada a medida de coação.

Segundo a Procuradoria-Geral da República (PGR), estão em causa os crimes de prevaricação, de corrupção ativa e passiva de titular de cargo político e de tráfico de influência. João Galamba, ministro das Infraestruturas, foi constituído arguido, sendo que o mesmo deverá acontecer a Duarte Cordeiro, ministro do Ambiente, e Matos Fernandes, ex-ministro da mesma pasta. 

Com Lusa 

Artigos Relacionados
Descubra as
Edições do Dia
Publicamos para si, em três periodos distintos do dia, o melhor da atualidade nacional e internacional. Os artigos das Edições do Dia estão ordenados cronologicamente aqui , para que não perca nada do melhor que a SÁBADO prepara para si. Pode também navegar nas edições anteriores, do dia ou da semana.
Boas leituras!
Artigos recomendados
As mais lidas
Exclusivo

Operação Influencer. Os segredos escondidos na pen 19

TextoCarlos Rodrigues Lima
FotosCarlos Rodrigues Lima
Portugal

Assim se fez (e desfez) o tribunal mais poderoso do País

TextoAntónio José Vilela
FotosAntónio José Vilela
Portugal

O estranho caso da escuta, do bruxo Demba e do juiz vingativo

TextoAntónio José Vilela
FotosAntónio José Vilela