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Plano de paz propõe a adesão da Ucrânia à União Europeia dentro de pouco mais de um ano. José Filipe Pinto diz que essa data é "otimista" e enumera os vários fatores que dificultam esta adesão.
A Ucrânia apresentou um novo plano de paz aos Estados Unidos onde, segundo oFinancial Times, o país aponta a sua adesão à União Europeia dentro de pouco mais de um ano: em 2027. No entanto, para o especialista em relações internacionais, José Filipe Pinto, esta data é bastante "otimista", isto porque a Ucrânia ainda não cumpre com determinados requisitos. Diz que o cenário mais realista seria uma adesão em 2030, mas com reticências.
Zelensky entregou proposta de plano de paz aos Estados UnidosFoto AP/Geert Vanden Wijngaert
"A menos que a situação da guerra na Ucrânia tenha uma solução a curto prazo, o que não acredito, poderíamos apontar uma adesão para 2030, mas ainda assim seria um sonho", defende à SÁBADO.
O que dificulta a entrada da Ucrânia na UE?
A Ucrânia entretanto tem "colhido muito boa vontade por parte da comunidade europeia", mas para que consiga aderir à União Europeia é necessário que o país cumpra com "um conjunto de critérios definidos" - o que ainda não acontece. "A Ucrânia enfrenta várias dificuldades: uma delas é que tem um nível de corrupção muito elevado, que afeta estruturas do poder e que envolve ministros e o chefe de gabinete [do presidente ucraniano] Volodymyr Zelensky", sublinha o académico.
Para José Filipe Pinto esta é, no entanto, "apenas a ponta de um icebergue". "Estudei os novos movimentos sociais na Ucrânia e detetei vários fenómenos de corrupção a nível da sociedade, como grupos de crime organizado. Até percebi que faziam com que pessoas em ótimas condições de saúde fossem consideradas inaptas para o serviço militar", explica.
Um outro problema prende-se com a ideia de que a Ucrânia não é considerada uma democracia e um dos requisitos para estar na União Europeia é que os Estados sejam "democracias perfeitas ou imperfeitas". "A Ucrânia só foi uma democracia de 2007 a 2010. Quando Zelensky chegou ao poder o país já era um regime híbrido e ainda hoje continua a sê-lo. Isso condiciona muito a adesão da Ucrânia à União Europeia", informa.
Além da Ucrânia ter de cumprir com determinados requisitos, para que esta adesão se possa concretizar é necessário que também os próprios estados-membros concordem com esta ideia - o que para a Hungria não é algo concretizável. "Para a entrada de um novo país tem de haver unanimidade entre os estados-membros, e neste momento a Hungria, a Eslováquia e talvez outros estados-membros estão contenciosos, até porque têm ligações privilegiadas com a Rússia. Por isso, é provável que possam colocar entraves a este processo."
Eleições na Hungria podem facilitar processo de adesão
A Hungria está, no entanto, perto de ir a eleições (acontece em abril) - o que significa que a queda de Viktor Orbán do poder poderia facilitar a vida dos ucranianos. "Na Hungria há algum desejo de mudança, principalmente por parte da classe mais instruída, e isso pode ser bom para a Ucrânia. Porém, a população mais idosa continua a ter uma visão negativa da adesão da Ucrânia à União Europeia."
Qual a posição dos EUA e da Rússia?
Os Estados Unidos e a Rússia entretanto "já se manifestaram favoráveis" à ideia de adesão da Ucrânia à União Europeia, mas apesar disso estes dois países "não têm de se manifestar" em relação a este assunto, segundo José Filipe Pinto. Quanto muito poderiam fazê-lo em relação à adesão à NATO. "Isto não cabe nas suas competências e a Rússia vai dizer que não se importa. Os EUA e a Rússia têm é todo o direito de se manifestarem no que diz respeito à adesão da NATO, porque é uma aliança militar. Trata-se de segurança."
Para o especialista, a adesão da Ucrânia à União Europeia "funcionaria como uma espécie de zona tampão porque permitira a separação de dois mundos: a ordem Eurasiana, liderada por Vladimir Putin, e a ordem Liberal, da União Europeia, liderada pelos Estados Unidos".
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