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Trump propaga conspiração falsa para desacreditar Nikki Haley

Diogo Barreto
Diogo Barreto 10 de janeiro de 2024 às 16:27
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O antigo presidente afirmou que Haley não é elegível para o cargo de presidente por ser filha de imigrantes que não eram ainda cidadãos norte-americanos, mas é mentira.

O antigo presidente norte-americano Donald Trump atacou a sua adversária para a candidatura presidencial do partido republicano, Nikki Haley, alegando que a mesma não era elegível para a presidência por ter nascido quando os seus pais ainda não eram cidadãos norte-americanos. Os ataques e mentiras sobre a proveniência dos candidatos a presidente já foi uma tática anteriormente utilizada pelo multimilionário. Tanto contra Barack Obama, como contra Ted Cruz ou Kamala Harris.

TIMOTHY A. CLARY/AFP/Getty Images

Donald Trump partilhou, na rede social que o próprio criou, a Truth Social, um artigo que afirma que a sua adversária à nomeação republicana não era elegível a ser presidente já que os seus pais não eram cidadãos norte-americanos quando Haley nasceu. É verdade que os pais de Nikki Haley, nascida em 1972 no estado da Carolina do Sul, não eram cidadãos americanos quando tiveram a sua filha. No entanto, especialistas asseguram que este facto não a impede de assumir a presidência.

A 14ª Emenda da Constituição dos Estados Unidos refere que "todas as pessoas nascidas ou naturalizadas nos Estados Unidos" são cidadãos norte-americanos. E para ser elegível para a presidência, é preciso ser um "cidadão nascido nos EUA", ter pelo menos 35 anos e ter residido no país mais de 14 anos. Ora, a antiga embaixadora norte-americana para as Nações Unidas tem 51 anos, nasceu em Bamberg, na Carolina do Sul e viveu a vida toda nos Estados Unidos. Os seus pais são de origem indiana.

Esta não é a primeira vez que Donald Trump tenta dar força a uma teoria da conspiração sobre a origem de um adversário político. Anteriormente foi um dos grandes propagandistas da teoria de que o antigo presidente norte-americano Barack Obama não tinha nascido em solo americano, tendo repetido a mesma estratégia contra o republicano Ted Cruz. Já na campanha presidencial de 2020, que acabaria por perder para Joe Biden, Trump tentou colar uma teoria semelhante à candidata a vice-presidente Kamala Harris.

A 14ª Emenda foi introduzida na constituição norte-americana para garantir que os negros que haviam sido escravos tinham acesso à cidadania, explicou um professor universitário àcadeia televisiva NBC. No entanto, Trump chegou a defender que todos os americanos nascidos de pais que fossem imigrantes ilegais deviam perder a nacionalidade.

Na verdade, o seu apoio à teoria da conspiração relativa ao nascimento de Obama foi um dos motivos que aproximou a direita mais radical norte-americana ao multimilionário numa fase muito inicial da sua campanha. Essa teoria defendia que Obama não podia ser presidente porque não tinha nascido no Havai. Chegou a haver pedidos para que fosse divulgada a certidão de nascimento do presidente Obama. A certidão foi tornada pública e, em 2011, Trump disse que a mesma era falsificada.

A antiga embaixadora para as Nações Unidas tem-se apresentado como a melhor alternativa republicana a Donald Trump para as eleições presidenciais norte-americanas.

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