Com as primeiras eleições a 15 de janeiro, os candidatos estão a ser pressionados para mostrar que conseguem enfrentar o antigo presidente Donald Trump, na nomeação republicana.
São apenas quatro os candidatos republicanos à nomeação para as presidenciais que vão estar no último debate das primárias marcado para esta quarta-feira no estado de Alabama. Os candidatos que se qualificaram são: Ron DeSantis, governador da Flórida, Nikki Haley, antiga embaixadora nas Nações Unidas, Chris Christie, o ex-governador de Nova Jérsia e Vivek Ramaswamy, empresário tecnológico.
REUTERS/Mike Segar
Para poderem participar neste debate, os candidatos tem de cumprir os requisitos do Comité Nacional Republicano de pelo menos 80 mil doadores, com pelo menos 200 em 20 estados. Têm também de reunir pelo menos 6% em duas sondagens nacionais ou 6% numa sondagem nacional e em duas sondagens nos estados que primeiro vão votar nas primárias - Iowa, New Hampshire, Nevada e Carolina do Sul.
Com as primeiras eleições a 15 de janeiro, os candidatos estão a ser pressionados para mostrar que conseguem enfrentar o antigo presidente, Donald Trump, na nomeação republicana.
As qualificações são mais rigorosas dos debates até à data, tendo, na segunda-feira, o governador da Dakota do Norte, Doug Burgum, abandonado a corrida porque parecia improvável que fosse autorizado a participar neste último debate.
"Os requisitos de debate do Comité Nacional Republicano estão a nacionalizar o processo das primárias e a retirar o poder da democracia aos cidadãos empenhados e ponderados de Iowa e New Hampshire", criticou Burgum. "Nenhum dos seus critérios de debate se relaciona com as qualificações relacionadas com o desempenho efetivo da função de presidente", acrescentou.
A apenas seis semanas das primárias de Iowa, Chris Christie e Nikki Haley têm feito incursões junto dos eleitores independentes e dos republicanos anti-Trump, mas a sobreposição de apoiantes complica o caminho de ambos em New Hampshire.
Nikki Haley surgiu como a candidata alternativa mais viável a Trump nas últimas semanas. A antiga embaixadora nas Nações Unidas está atualmente em segundo lugar nas sondagens de estado, no entanto o antigo governador de Nova Jérsia está a atrair mais de 10% dos potenciais eleitores das primárias. Esta percentagem pode vir a ser essencial para os esforços de consolidação do Partido Republicano contra Trump.
Qualquer um dos candidatos tem de reduzir significativamente a vantagem de Trump se quiserem ter hipótese de obter a nomeação. Se algum tiver um desempenho forte poderá ajudar a quebrar este impasse e começar a consolidar o apoio dos republicanos que querem ultrapassar o antigo presidente republicano.
Trump continua na liderança nas sondagens, tendo vindo a instar repetidamente o partido a cancelar os debates dizendo que nenhum candidato o pode apanhar. A sua presença não é esperada no debate de hoje.
Quem são os candidatos?
Ron DeSantis
O governador da Flórida construiu uma reputação nacional como conservador agressivo e ansioso. Anunciou o seu estado como um local "onde o lobo vai morrer", tendo enquadrado a sua campanha em torno do desejo de levar as políticas conservadoras que defendeu na Flórida para todo o país.
Ficou conhecido após a polémica com a Disney devido à oposição a um projeto de lei apelidado pelos críticos como a lei Don´t say Gay, que proíbe o ensino ou a discussão nas escolas da Flórida sobre questões da comunidade LGBT+. Durante o seu governo, o estado também proibiu o aborto após seis semanas de gravidez e impediu os colégios públicos de utilizarem fundos federais ou estatais em programas de diversidade.
Chegou a ser visto como o adversário de Trump, no entanto a sua campanha tem sido atormentada por lutas internas, estando a contar com um bom desempenho nas sondagens de Iowa, local onde a sua campanha se centrou. Apesar disto, continua a perder terreno nas sondagens nacionais, embora a sua posição a favor dos limites restritos ao aborto o tenha aproximado de alguns conservadores religiosos.
Nikki Haley
A ex-governadora da Carolina do Sul e embaixadora nas Nações Unidas apresentou-se como membro da "uma nova geração de liderança" e enfatizou a sua experiência de vida como filha de imigrantes indianos.
Durante muito tempo, foi vista como uma "estrela republicana em ascensão", capaz de evitar alguns extremos e, ao mesmo tempo, manter o apoio da base. Tornou-se na grande desafiadora do Partido Republicano contra Trump, tendo vindo a subir constantemente nas sondagens deste agosto, mantendo uma "batalha" renhida com o governador da Flórida, pelo segundo lugar no campo.
Conhecida como o falcão na política externa, Nikki adotou uma posição dura em relação à China e apoia a continuação da ajuda militar à Ucrânia. O seu apoio ao país da Europa de Leste e a sua ênfase na política externa durante a campanha contrastam com DeSantis e Trump, que adotaram posições políticas isolacionistas e concentraram-se apenas em questões internas.
Vivek Ramaswamy
O empresário multimilionário descreve-se a si mesmo como "anti-woke", tendo-se tornado conhecido nos círculos de direita e pelos conservadores por se opor aos esforços das empresas que promovem causas políticas, sociais e ambientais.
Ramaswamy subiu nalgumas sondagens de opinião depois de ter participado em debates combativos em agosto e setembro, onde apresentou posições maioritariamente de extrema-direita sobre inúmeras questões. No entanto, os números das suas sondagens desvaneceram-se nas últimas semanas, atingindo uma média nacional de cerca de 5%.
O empresário é apoiante do antigo presidente e diz que, se ganhasse a Casa Branca, perdoaria Trump. Alguns analistas acreditam que Ramaswamy está a tentar ser o companheiro de Trump, caso o antigo presidente ganhe a nomeação.
Nunca ocupou um cargo eletivo e, embora seja conhecido por um segmento de conservadores, não tem o reconhecimento do nome da maioria dos outros candidatos.
Chris Christie
O ex-governador de Nova Jérsia reinventou-se como um dos mais fortes críticos republicanos de Trump quando anunciou a sua campanha presidencial em 6 de junho em New Hampshire.
Christie aconselhou a campanha de Trump para a Casa Branca em 2016, mas tornou-se um crítico insistente do antigo presidente, tendo intensificado os seus ataques verbais enquanto o mesmo enfrentava um número crescente de acusações criminais. Chegou a chamar o ex-presidente de "porco solitário, auto-consumido e egoísta", argumentando que ele é o único que pode detê-lo.
Enquanto governador de Nova Jérsia, Chris Christie recebeu elogios pela gestão da recuperação do seu estado após a passagem do furacão Sandy.
Donald Trump
O ex-presidente mantém uma liderança dominante na corrida pela nomeação do seu partido, apesar de estar a ser acusado em quatro casos criminais estaduais e federais. Conseguiu convencer uma grande parte do eleitorado republicano de que as acusações criminais fazem parte de uma caça às bruxas com motivações políticas para impedir a sua eleição.
Trump prometeu impor restrições mais rigorosas à imigração e restrições mais severas ao comércio com a China, bem como levar a cabo punições políticas contra aqueles que considera que o prejudicaram.
Embora a sua influência no Partido Republicano tenha diminuído, mantém uma grande base de apoiantes, que poderá ser fundamental nas primárias de 2024, quando vários adversários vão dividir um voto anti-Trump.
Uma sondagem do New York Times realizada em novembro apontava a possibilidade de Biden ficar atrás de Trump em cinco dos seis estados do "campo de batalha" que deverão determinar o resultado em 2024.
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