Estimativas já foram consideradas fraudulentas por um juiz. Trump voltou a chamar o caso uma "caça às bruxas".
Donald Trump admitiu ter feito estimativas erróneas do valor do seu património esta segunda-feira, 6, num caso de fraude civil que o opõe ao estado de Nova Iorque. O ex-presidente norte-americano, recandidato nas eleições de 2024 pelo Partido Republicano, já havia chamado o caso de uma "caça às bruxas", e acusado o juiz Arthur Engoron e a procuradora-geral de Nova Iorque Letitia James de motivações políticas na condução do caso.
No seu testemunho, Trump disse que a sua empresa subvalorizou os seus dois campos de golfe, as propriedades Mar-a-Lago e Doral, ambos na Flórida, e sobrevalorizou o seu apartamento na Trump Tower, em Nova Iorque, mas procurou minimizar a importância das estimativas, dizendo que o tribunal "tornou-as importantes, mas não são".
O Ministério Público mantém, por outro lado, que as valorizações foram feitas com o intuito de obter melhores termos de financiamento, enganando seguradoras e instituições financeiras, e que, entre outras consequências, renderam-lhe €93 milhões e exageraram a sua riqueza em €1,83 mil milhões.
"Tenho a certeza de que o juiz vai decidir contra mim, porque sempre o fez", disse Trump durante a audiência de hoje, acrescentando que este era um "julgamento muito injusto" - palavras que resultaram numa reprimenda do juiz Engoron, que respondeu que aquele "não era um comício e sim um tribunal". Fora da sala, a procuradora-geral disse que, "no final do dia, as únicas coisas que importam são os números, e os números não mentem".
Ao contrário dos quatro casos criminais em que Trump é constituído arguido, o caso das propriedades do ex-presidente não contempla pena de prisão - a acusação busca uma multa de cerca de €232 milhões e restrições que impediriam Trump, bem como os seus filhos Eric e Donald Jr., de conduzirem negócios no estado de Nova Iorque.
Documentos revelados em tribunal indicam que diversos executivos da empresa de Trump, incluindo os seus filhos, tentaram manipular o valor de propriedades como a residência de Mar-a-Lago, na Flórida. Michael Cohen, ex-advogado de Trump e uma das principais testemunhas no caso, disse que Trump instruiu-o diretamente a alterar declarações financeiras para inflacionar o seu património líquido.
Originalmente previsto para até dezembro, o julgamento civil de Trump poderá terminar ainda este mês, com a procuradoria a chamar ao púlpito as últimas testemunhas. A filha do ex-presidente, Ivanka Trump, deverá testemunhar esta quarta-feira, 8, apesar de não ter sido constituída arguida no caso.
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