No domingo, dia 23, um alto membro do parlamento russo disse que Moscovo pode vir a reduzir o tempo de decisão estipulado na política oficial para a utilização de armas nucleares, se considerar que as ameaças estão a aumentar.
A Rússia, que é a maior potência nuclear do mundo, começou a atualizar a sua doutrina nuclear, afirmou esta segunda-feira o porta-voz do Kremlin, Dmitry Peskov. "O presidente Putin disse que estão em curso trabalhos para alinhar a doutrina com as realidades atuais", disse o porta-voz, citando uma declaração anterior de Vladimir Putin, sem entrar em mais pormenores.
Russian Defence Ministry/Handout via REUTERS
O presidente russo mencionou no mês passado que a Rússia poderia alterar a sua doutrina nuclear oficial, estabelecendo as condições em que essas armas poderiam ser utilizadas. Já no domingo, dia 23, um alto membro do parlamento russo disse que Moscovo pode vir a reduzir o tempo de decisão estipulado na política oficial para a utilização de armas nucleares, se considerar que as ameaças estão a aumentar.
A guerra na Ucrânia desencadeou o maior confronto entre a Rússia e o Ocidente desde a crise dos mísseis de Cuba em 1962, tendo os responsáveis russos afirmado que o conflito está a entrar na fase de escalada mais perigosa até à data.
Putin ordenou a realização de exercícios para praticar a utilização de armas nucleares táticas, segundo a Reuters, o que sugere que a Rússia poderia instalar mísseis convencionais a uma distância de ataque dos Estados Unidos e dos seus aliados.
Conflito entra numa fase perigosa
Esta segunda-feira, o Kremlin responsabilizou diretamente os Estados Unidos por um ataque à Crimeia com mísseis ATACMS fornecidos pelos mesmos, que matou pelo menos quatro pessoas e feriu outras 151. "Deviam perguntar aos meus colegas na Europa, e sobretudo em Washington, aos secretários de imprensa, porque é que os seus governos estão a matar crianças russas" referiu aos jornalistas Dmitry Peskov. "Façam-lhes esta pergunta."
Moscovo disse que os Estados Unidos forneceram as armas, tendo ainda avisado formalmente a embaixadora norte-americana de que se seguiria uma retaliação. "É claro que o envolvimento dos Estados Unidos nos combates, em resultado dos quais estão a morrer russos pacíficos, não pode deixar de ter consequências", disse Dmitry Peskov. "Quais são exatamente - o tempo o dirá."
A embaixadora norte-americana na Rússia, Lynne Tracy, foi convocada para o Ministério dos Negócios Estrangeiros, onde foi acusada de Washington estar a "travar uma guerra híbrida contra a Rússia e de se ter tornado parte no conflito". "O ataque não ficará impune. As medidas de retaliação seguir-se-ão definitivamente", disseram-lhe.
Putin tem vindo a alertar repetidamente para o risco de uma guerra muito mais ampla envolvendo as maiores potências nucleares do mundo, embora tenha dito que a Rússia não quer um conflito com a NATO. No entanto, o mesmo apresenta a guerra da Ucrânia como parte de uma luta muito mais ampla com os Estados Unidos, que, segundo Putin, ignorou os interesses de Moscovo após a dissolução da União Soviética em 1991 e depois conspirou para dividir a Rússia e apoderar-se dos seus recursos naturais.
Já Joe Biden, presidente dos EUA, tem vindo a excluir a possibilidade de enviar tropas americanas para combater na Ucrânia, tendo até afirmado que, pouco depois da invasão russa de 2022, que um confronto direto entre a NATO e a Rússia significaria a Terceira Guerra Mundial.
Os líderes do Ocidente e da Ucrânia têm classificado a guerra na Ucrânia como uma apropriação de terras ao estilo imperial. O Ocidente nega que queira destruir a Rússia, que por sua vez nega que pretenda invadir qualquer Estado membro da NATO.
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A grande mudança de paradigma na política portuguesa, a favor de contas públicas equilibradas, não acabou com maus hábitos recentes, como vemos este ano.
Ao ver os socialistas que apoiam a Flotilha "humanitária" para Gaza tive a estranha sensação de estar a ver a facção do PS que um dia montará um novo negócio, mais alinhado com a esquerda radical, deixando o PS “clássico” nas águas fétidas (para eles) do centrão.
Mesmo quando não há nada de novo a dizer, o que se faz é “encher” com vacuidades, encenações e repetições os noticiários. Muita coisa que é de enorme importância fica pelo caminho, ou é apenas enunciada quase por obrigação, como é o caso de muito noticiário internacional numa altura em que o “estado do mundo” é particularmente perigoso