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Putin não vai ao funeral de Prigozhin

Diogo Barreto
Diogo Barreto 29 de agosto de 2023 às 14:00
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As cerimónias fúnebres ficaram a cargo da família do empresário russo que fundou o grupo Wagner. O Kremlin desmente que a queda do avião que vitimou Prigozhin tenha sido uma operação de vingança.

O presidente russo, Vladimir Putin, não vai marcar presença no funeral de Yevgeny Prigozhin, o líder do grupo Wagner, quemorreu um acidente de aviaçãoa semana passada. A notícia da ausência de Putin foi anunciada pelo Kremlin esta terça-feira.

Sputnik/Mikhail Klimentyev/Kremlin via REUTERS

"A presença do presidente não está prevista", disse hoje o porta-voz do Kremlin, Dmitri Peskov, em conferência de imprensa, sublinhando ainda que as cerimónias fúnebres "estão a cargo da família", não estando o estado russo envolvido nas mesmas e que o Kremlin não tinha sido informado sobre as mesmas. 

Vladimir Putin confirmou, no passado dia 24 de agosto, que o ex-líder do grupo Wagner tinha morrido e enviou as condolências à família do oligarca que dirigia o grupo mercenário que serviu os interesses da Rússia tanto na Síria como na Ucrânia. "Era um homem com um destino difícil e que cometeu um erro grave na sua vida", sublinhou Putin, enquantoelogiava Prigozhin pela sua acuidade empresarial.

O acidente ocorreu dois meses depois de umainsurreição liderada por Prigozhine os seus mercenários. Uma coluna de militares marchou sobre Moscovo, percorrendo 200 quilómetros, a partir de Rostov, naquela que foi considerada pelos analistas internacionais como a maior demonstração contra Putin desde que o líder russo assumiu o poder, em 1999.  

O aparelho que se despenhou - um Embraer legacy 600 EMBR3.SA - pertencia ao Wagner. No local, habitantes referem que viram corpos serem retirados da cena e que os investigadores forenses ergueram tendas que taparam a zona da cauda do avião. Rumores no local, recolhidos pelaReuters, indicam que os investigadores apontam para a teoria de que teriam sido colocadas uma ou duas bombas a bordo.

Prigozhin morreu este mês na sequência da queda do avião em que viajava e no qual seguiam mais nove ocupantes, incluindo dois líderes do grupo Wagner e quatro guarda-costas de Prigozhin. O avião seguia de Moscovo para São Petersburgo, tendo-se despenhado na região norte de Moscovo. Não são ainda conhecidos os motivos da queda do avião, mas o Kremlin classificou como falsas todas as teorias que apontavam que se tratava de uma vingança de Putin contra Prigozhin.

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