O navio Open Arms, atracado no Chipre há quase um mês, partiu hoje para Gaza. Leva quase 200 toneladas de ajuda humanitária e faz parte de um projeto-piloto para abrir uma nova rota marítima humanitária.
O navio Open Arms, que transporta quase 200 toneladas de ajudahumanitária para a Faixa de Gaza, partiu esta terça-feira, 12 de março, após ter estado quase um mês parado no Chipre.
REUTERS/Stamos Prousalis
A ajuda está inserida num projeto-piloto que visa a abertura de uma nova rota marítima para ajudar a população em risco em Gaza, epicentro do conflito entre Israel e o Hamas, que se agudizou no dia 7 de outubro de 2023. Segundo estimativas da ONU,estão em situação de risco 2,2 milhões de pessoas, em Gaza, devido à falta de alimentos.
A missão é financiada, maioritariamente, pelos Emirados Árabes Unidos e está a ser organizada pela associação de caridade norte-americana World Central Kitchen (WCK), sendo que o barco foi fornecido pelaorganização não-governamental (ONG) espanhola Proactiva Open Arms, que se dedica ao salvamento marítimo.
"O nosso objetivo é criar uma autoestrada marítima de barcos e embarcações abastecidos com milhões de refeições que se dirigem continuamente para Gaza", afirmaram José Andrés, fundador da WCK, e a sua diretora executiva, Erin Gore, citados peloThe Guardian.
De acordo com o jornal britânico, foi divulgado um vídeo onde se pode ver o Open Arms a partir do porto de Larnaca, no Chipre, em direção à Faixa de Gaza. É esperado que o barco chegue ao seu destino daqui a dois dias, já que viaja a cerca de 3,7 nós,de acordo com os sites de localização marítima.
No mesmo dia em que o navio parte, a presidente da Comissão Europeia mencionou o projeto-piloto e alertou para o agravamento da fome em Gaza, num discurso para o Parlamento Europeu, em Estrasburgo.
"A situação no terreno é mais dramática do que nunca e atingiu um ponto de rutura. Todos vimos os relatos de crianças que estão a morrer de fome. Isto não pode acontecer", afirmou Ursula von der Leyen, esta terça-feira.
A presidente da Comissão Europeia relembrou que "esta é a primeira vez que um navio é autorizado a entregar ajuda a Gaza desde 2005" e anunciou ainda que a UE irá criar um "mecanismo de proteção civil", para garantir "fornecimento estável e significativo" para o enclave palestiniano.
The situation in Gaza has come to a tipping point.
All routes must be used to reach people in need.
This is where the Cyprus maritime corridor comes into play.
The EU will have a coordination team in Cyprus and will finance and steer the flow of goods. https://t.co/kwhRGGC2cF
Na passada terça-feira, 5 de março, a Organização Mundial de Saúde (OMS) alertou para um declínio devido à desnutrição em Gaza, sem precedentes a nível mundial.
"O rápido e grave declínio causado pela desnutrição em Gaza não tem precedentes a nível mundial, quando isso nunca fora um problema. Gaza era autossuficiente quando se tratava de peixe, aves, ovos, vegetais e frutas. Os morangos de Gaza são famosos e eram exportados", afirmou o responsável da OMS para os territórios palestinianos, Rik Peeperkorn, durante uma conferência de imprensa.
O porta-voz do ministério dos Negócios Estrangeiros do Qatar, país envolvido na mediação do conflito, informou hoje que Israel e os líderes do movimento islamita Hamas estão longe de chegar a um acordo, mas garante que a esperança se mantém.
"Não estamos perto de um acordo de cessar-fogo em Gaza, mas continuamos esperançosos", afirmou Majed Al-Ansari em conferência de imprensa. O porta-voz referiu ainda que o Qatar está a trabalhar para um cessar-fogo permanente em Gaza e não para uma trégua de curto prazo.
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