O presidente-eleito dos EUA garantiu que o conflito na Ucrânia será uma prioridade mal tome posse. Suíça e Eslováquia podem acolher encontro. Ucrânia não quer ficar de fora.
A Suíça está disposta a acolher a reunião que Donald Trump diz estar a preparar com Vladimir Putin para discutir a guerra na Ucrânia. A oferta surge duas semanas depois de outro chefe de Estado, Robert Fico, ter mostrado disponibilidade para acolher a cimeira na Eslováquia.
REUTERS/Kevin Lamarque
A imprensa suíça cita o porta-voz dos Negócios Estrangeiros suíço, Nicolas Bideau: "Depois da cimeira de Bürgenstock, a Ucrânia, a Rússia e os Estados Unidos foram regularmente informados da nossa disponibilidade para apoiar qualquer esforço diplomático para estabelecer a paz."
Porém, o jornal Le Temps, que avançou a notícia, adianta que são esperadas as três partes: Estados Unidos, Ucrânia e Rússia. Contudo, o governo suíço não pretende tomar a iniciativa, só dar o local.
No dia 8 de janeiro, Donald Trump anunciou que estava a planear um encontro com o presidente russo. Em resposta, o porta-voz do Kremlin, Dmitry Peskov, afirmou que Vladimir Putin estava "aberto ao contacto" com Trump, e notou o desejo do presidente de "resolver as questões através do diálogo".
O presidente-eleito dos EUA criticou a ajuda dada pelo seu país à Ucrânia, considerou que Putin era "bastante inteligente" por invadir a Ucrânia e elogiou o registo militar da Rússia em conflitos históricos. Putin foi acusado de crimes de guerra pelo Tribunal Penal Internacional.
Do lado ucraniano, o governo teme que os EUA deixem de entregar ajuda militar. Sem o apoio dos EUA, torna-se muito mais difícil a resposta à invasão russa.
Enquanto Trump não chega, a administração Biden está a dar o maior apoio militar possível à Ucrânia, tendo aprovado um novo pacote avaliado em 500 milhões de dólares em armamento, para colocar Kiev numa posição mais forte quando se iniciarem quaisquer futuras negociações.
"Estamos cientes de que a administração Biden tentará deixar o legado mais difícil possível em termos de relações bilaterais para Trump e a sua equipa", comentou o porta-voz do Kremlin.
Volodymyr Zelensky frisou que em qualquer negociação de paz, a Ucrânia precisa de garantias em como será protegida no futuro da Rússia, que já realizou duas invasões desde o início do século. Sozinha, a Europa não consegue dar essa garantia, reconheceu. "As garantias de segurança europeias não são suficientes para a Ucrânia que luta contra um inimigo como a Rússia. Precisamos de garantias conjuntas dos EUA e Europa."
Trump tinha prometido negociar o fim da guerra logo após tomar posse. Já nomeou o tenente-general na reserva Keith Kellogg como o seu enviado especial para a Ucrânia e Rússia. Em abril, Kellogg publicou as suas ideias para o conflito num ensaio para o America First Policy Institute, um think tank pró-Trump.
No documento, propõe que a Ucrânia só deveria aceitar ajuda dos EUA caso concorde em participar em negociações de paz com Moscovo. Ao mesmo tempo, indica que se Moscovo recusar participar, então os EUA devem continuar a ajudar Kiev.
A agência noticiosa Reuters adiantou esta semana que uma viagem de Keith Kellogg a Kiev e outras capitais europeias tinha sido adiada até depois da tomada de posse. Segundo Kiev, a visita foi adiada devido a razões legais, devido às limitações criadas pela lei norte-americana a norte-americanos exteriores ao governo que queiram negociar com responsáveis estrangeiros.
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