Sábado – Pense por si

Secretário-geral da NATO: "Estamos seguros agora, podemos não estar dentro de cinco anos"

No Parlamento Europeu, Mark Rutte salientou que é preciso investir mais que 2% do PIB dos membros da NATO em defesa e que o apoio à Ucrânia é crucial.

O secretário-geral da NATO garantiu esta segunda-feira que os países se devem preparar para gastar mais em defesa. Mark Rutte foi ouvido no subcomité de Segurança e Defesa do comité de Negócios Estrangeiros do Parlamento Europeu, em Bruxelas, e lançou o valor de 3,7% do PIB, em vez dos 2% que nem sempre conseguem ser cumpridos pelos membros da Aliança Atlântica. 

REUTERS/Yves Herman

Na semana passada, Donald Trump, o presidente-eleito dos EUA, referiu que os membros da NATO deviam gastar 5% do seu PIB em defesa, o que, segundo a agência noticiosa Reuters, é impossível política e economicamente para quase todos os 32 membros da Aliança Atlântica. Este ano, 23 dos membros cumpriram a meta dos 2%, disse o secretário-geral aos eurodeputados. 

"Os 2% não são suficientes", sublinhou Mark Rutte, apesar de considerar que a aposta na inovação e nas compras conjuntas de armamento e equipamento podem reduzir o valor necessário de investimento. "Se deduzirem isso, não terão que chegar ao que tememos ser necessário, de 3,6, 3,7%. Isso baixaria o valor, mas será bastante acima de 2%", concluiu. 

O secretário-geral da NATO disse ainda aos eurodeputados: "Sabemos como proteger os povos e a forma de vida da Europa, agora só temos que o fazer."

Sobre a guerra na Ucrânia, Mark Rutte acredita que o futuro da Europa depende do desfecho do conflito. "Queremos uma paz duradoura. Se Putin conseguir o que quer, a paz não vai durar."

Apelou ao apoio europeu a Kiev, que descreveu como crucial. "Estamos seguros agora, podemos não estar seguros dentro de cinco anos."

Artigos Relacionados

As 10 lições de Zaluzhny (I)

O poder não se mede em tanques ou mísseis: mede-se em espírito. A reflexão, com a assinatura do general Zaluzhny, tem uma conclusão tremenda: se a paz falhar, apenas aqueles que aprendem rápido sobreviverão. Nós, europeus aliados da Ucrânia, temos de nos apressar: só com um novo plano de mobilidade militar conseguiríamos responder em tempo eficaz a um cenário de uma confrontação direta com a Rússia.