Ivan Safronov recusa acusações e advogados garantem que é a primeira vez, em mais de vinte anos, que um jornalista é detido por este tipo de crime.
Começou hoje o julgamento de Ivan Safronov, um conceituado jornalista russo que em junho de 2020 foi detido depois de ser acusado de espionagem e traição ao próprio país.
A sessão, no Tribunal de Moscovo, começou ainda de manhã à porta fechada, mas sabe-se que o jornalista pode vir a enfrentar mais de 20 anos de prisão.
"Há um ano e nove meses que sou forçado a dizer que sou culpado de traição. Mas repetirei, as vezes que forem precisas: estou inocente", afirmou Safronov citado pelo Moscow Times.
De acordo com o jornal russo, as acusações surgiram por parte do Serviço de Segurança do país, o FSB (o antigo KGB), que alega que o profissional esteve durante vários anos a recolher informações sobre as forças armadas, a defesa e a segurança da Rússia. De acordo com a acusação, o jornalista terá entregue em 2017 vários documentos a um país membro da NATO, a República Checa, que continham dados sobre a venda de armas russas ao Médio Oriente e à África.
Ivan Safronov é um dos mais prestigiados jornalistas do país: trabalhou durante vários anos para o Kommersant Vodomosti, um jornal especializado na área da economia e dos negócios, e atualmente era conselheiro do diretor da Agência Espacial Russa.
Desde o começo do julgamento que o jornalista de 31 anos diz estar "inocente" e garante que todas as acusações são baseadas em conversas privadas com fontes e instituições oficiais mas que, até à data, não tem conhecimento sobre os factos concretos que sustentam a denúncia.
"Ponham-se no meu lugar. Dizem-me que estou acusado de um crime mas não me dizem que crime exatamente. Como me posso defender deste absurdo?", afirmou à imprensa local.
Ivan Pavlov e Evgeny Smirnov, advogados de Safronov, garantem que esta é a primeira vez em vinte anos que um jornalista é detido e acusado pelo crime de traição. Já em dezembro de 2021 a Amnistia Internacional tinha mostrado preocupações com alegadas pressões políticas, garantindo que as autoridades russas estavam a violar direitos fundamentais como a liberdade de expressão.
Também em novembro de 2021 a Reuters dava conta que os serviços especiais russos acusavam o ex-jornalista de vender informações sobre as operações militares do país na Síria, por um valor de 248 dólares (225 euros), a um analista político que terá passado essa informação ao serviço de inteligência alemã.
Mais de cem mil pessoas já assinaram uma petição online que garante que todas as provas contra Ivan Safronov foram fabricadas pelas autoridades e vários ativistas russos defendem que o jornalista está a servir de "exemplo", como forma de "provocar medo" no seio da classe.
Desde que começou a guerra na Ucrânia os órgãos de comunicação social russos têm sido alvo de grandes pressões políticas por parte do Kremlin. Vários profissionais já foram punidos e alguns meios independentes já acabaram por encerrar portas.
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