Sábado – Pense por si

Miriam Assor
Miriam Assor
24 de agosto de 2025 às 14:13

Calado é Camões

O senhor Dr. Durão Barroso teve, enquanto primeiro-ministro, a oportunidade, de pôr as mãos na massa da desgraça nacional e transformá-la em ouro. Tantas capacidades, e afinal, nestum sem figos.

Portugal é hoje o mais pobre país da Europa Ocidental, palavra do senhor Dr. Durão Barroso. Teve, enquanto primeiro-ministro, a oportunidade, a grande oportunidade de pôr as mãos na massa da desgraça nacional e transformá-la em ouro. Tantas capacidades, e afinal, nestum sem figos.

O senhor Durão Barroso, de primeiro nome, José Manuel, ou Zé Manel para os ex -camaradas, optou, preferiu, deu-lhe jeito seguir para a capital belga. Não ia à procura de Leónidas. O bombom tinha outro recheio.

Durante dez anos sentou-se na poltrona da presidência da Comissão Europeia. Entre 2004 e 2014 exerceu o cargo com maior poder na União Europeia. Ele, o senhor Dr. Durão Barroso, no último dia de Junho de há 21 anos, bateu as asas e preparou voo em direcção a Bruxelas. Saiu Barroso, entrou Santana, à moda da república das bananas, sem eleições, e a troca saiu mal. Pedro Santana Lopes posto na rua, e, já tarde, pelo presidente Jorge Sampaio, a renúncia do senhor Dr. Durão Barroso escancarou uma crise política cujo resultado, em 2005, significou uma tareia de cinto para o PSD ao perder 34 deputados.

É graças à sua ambição que tivemos a era socrática. É de tirar-lhe o chapéu de palha roto pela indecência de ir à campanha da Aliança Democrática e lembrar quando José Sócrates, então chefe de governo, pediu ajuda externa, o senhor Dr. Durão Barroso estava a presidir a Comissão Europeia. Com a língua afectada de memória, resumiu em maiúsculas: quem pôs Portugal na bancarrota foi o Governo PS. Não, não. O culpado é o senhor Dr. Se tivesse respeitado a vontade do povo que o elegeu, teríamos, quiçá, sido salvos pelos dotes que saem de um cérebro privilegiado. Canta de galo com galo depenado. Deveria unir os lábios. Falta-lhe autoridade e moral. Um primeiro-ministro que troca o dever de servir o seu país para se honrar no estrangeiro, palpita zero. Há pessoas que pensam que o tempo é o melhor remédio para sarar feridas abertas. Errado. A pensar finou-se um burro.

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