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Há mais espanhóis a votar do que em 2016

28 de abril de 2019 às 14:27
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PSOE, PP, Cidadãos, Unidas Podemos e pela primeira vez em democracia um partido de extrema-direita, o Vox: pode ser esta a nova composição do parlamento. 37 milhões são chamados às urnas para decidir o futuro de Espanha.

A taxa de participação nas eleições gerais de Espanha era de 41,48% às 14:00 (13:00 em Lisboa) de hoje, quase cinco pontos percentuais acima da mesma taxa nas eleições anteriores, de 26 de junho de 2016 (36,87%), segundo dados oficiais.

Quase 37 milhões de espanhóis estão a exercer o seu direito de voto desde as 09:00 (08:00 em Lisboa) até às 20:00 (19:00) para escolher os 350 deputados e 208 senadores das Cortes Gerais, havendo ainda eleições para o parlamento regional na Comunidade Valenciana.

Espanha: De Atocha até às eleições de hoje

Quinze anos depois das mais dramáticas eleições após a transição para a democracia, os espanhóis regressam a um ato eleitoral marcado pela absoluta imprevisibilidade. Entre a memória das eleições de 2004 e uma viagem destes dias pela Andaluzia, governada pelo Partido Popular com o apoio da extrema-direita do VOX, fica um sistema partidário a desfazer-se.

Quinze anos depois das mais dramáticas eleições após a transição para a democracia, os espanhóis regressam a um ato eleitoral marcado pela absoluta imprevisibilidade. Entre a memória das eleições de 2004 e uma viagem destes dias pela Andaluzia, governada pelo Partido Popular com o apoio da extrema-direita do VOX, fica um sistema partidário a desfazer-se.

Os estudos de opinião feitos nos últimos dias indicaram que haverá cinco partidos que terão mais de 10% de votos, sendo o PSOE (socialista, liderado por Pedro Sánchez) o favorito com cerca de 30%, longe da maioria absoluta, seguido do PP (Partido Popular, direita, de Pablo Casado) com quase 20% e um grupo de três partidos entre 10 e 15%: Cidadãos (direita liberal, liderado por Alberto Rivera), Unidas Podemos (extrema-esquerda, de Pablo Iglesias) e Vox (extrema-direita, liderado por Santiago Abascal). Todos os líderes votaram esta manhã.

Líder do Vox: Milhões vão votar sem medo de nada nem de ninguém

O líder do partido Vox, Santiago Abascal, afirmou hoje que "milhões de espanhóis vão votar com esperança, sem medo de nada nem de ninguém" numas eleições gerais que devem ter um "caráter histórico para a Espanha". Depois de votar na escola pública Pinar del Rey Madrid, Abascal disse aos jornalistas que o importante é que todas as forças políticas respeitem o resultado eleitoral.

O líder do partido Vox, Santiago Abascal, afirmou hoje que "milhões de espanhóis vão votar com esperança, sem medo de nada nem de ninguém" numas eleições gerais que devem ter um "caráter histórico para a Espanha". Depois de votar na escola pública Pinar del Rey Madrid, Abascal disse aos jornalistas que o importante é que todas as forças políticas respeitem o resultado eleitoral.

A estimativa relativa ao Vox assinala a primeira vez que um partido de extrema-direita está representado no parlamento espanhol desde que Espanha voltou à democracia, após a ditadura de Franco.

A campanha foi dominada por assuntos como a identidade nacional e a igualdade de género, e a criação de coligações entre os partidos poderá demorar semanas ou meses, prevê a Reuters.

Cerca das 18:30 (17:30 de Lisboa) serão divulgados os dados oficiais da participação até às 18:00 e logo a seguir à hora de fecho das assembleias de voto, 20:00 (19:00), começarão a ser conhecidas as sondagens feitas à boca das urnas.

Espanha: Líder do PP espera que saia das urnas um governo estável

O líder do Partido Popular (PP), Pablo Casado, disse hoje esperar que saia um "governo estável das urnas", numas eleições que considera as "mais decisivas para o destino da Espanha nos últimos tempos". "Eu gostaria que saísse um governo estável das urnas para evitar esta sucessão de eleições e legislaturas fracassadas que temos vivido nos últimos dois anos.

O líder do Partido Popular (PP), Pablo Casado, disse hoje esperar que saia um "governo estável das urnas", numas eleições que considera as "mais decisivas para o destino da Espanha nos últimos tempos". "Eu gostaria que saísse um governo estável das urnas para evitar esta sucessão de eleições e legislaturas fracassadas que temos vivido nos últimos dois anos.

Os estudos de opinião feitos nas últimas semanas também davam conta da existência de uma percentagem elevada de indecisos, superior a 40%.

Um executivo estável terá de ser apoiado por mais de metade (175) do total de deputados (350) que vão ser eleitos para o Congresso dos Deputados, a câmara baixa das Cortes Gerais espanholas.

Nas últimas eleições gerais, realizadas em junho de 2016, o PP obteve 33,0% dos votos (137 deputados), o PSOE 22,7% (85), o Unidos Podemos 21,1% (71), o Cidadãos 13,1% (32), havendo ainda uma série de pequenos partidos regionais com menor representação (25).

Consulado em Lisboa já registou 1.174 votos desde quarta-feira

Treze pessoas votaram hoje, até às 12:45, no Consulado de Espanha em Lisboa para as eleições gerais em Espanha, depois de sábado terem votado 50 cidadãos e entre quarta e sexta-feira outros 1.111, indicou fonte consular daquele país. 

Segundo a mesma fonte do consulado de Espanha em Lisboa, houve 1.600 cidadãos espanhóis que pediram para votar, tendo 1.111 exercido o seu direito cívico entre quarta e sexta-feira, 50 no sábado e 13 até às 12:45 de hoje.

Assim, pelo menos 1.174 votos sairão da votação realizada no Consulado de Espanha em Lisboa, onde é possível votar até às 15:30 de hoje.

No consulado de Espanha em Lisboa podem votar os cidadãos espanhóis que residam em Portugal entre Coimbra e o Algarve, bem como nos Açores e Madeira, cabendo ao Consulado de Espanha no Porto receber os votos dos espanhóis que vivem entre Coimbra e a fronteira com a Galiza. 

Em Portugal estão inscritos mais de 11.000 eleitores, mas só podem votar aqueles que expressamente comuniquem antecipadamente essa intenção. 

À saída da urna colocada no Consulado de Espanha em Lisboa, a escassos metros da avenida da Liberdade, Lourdes Hernandez Calvarro, natural de Cáceres, mas a viver em Portugal há 29 anos e casada com um português (que a acompanhou até ao consulado) admitiu que não costuma votar muitas vezes, dizendo que esta é provavelmente a segunda vez que o faz. 

"Creio que é muito importante que todos os espanhóis votem. Julgo que há muita indecisão e há que votar porque as coisas não estão claras", declarou Lourdes Hernandez. 

A cidadã espanhola salientou que, "apesar de estar fora de Espanha e as decisões políticas naquele país não a afetarem diretamente porque a sua vida se desenrola em Portugal", considera que é importante que todos votem, observando que, apesar da distância, "segue atentamente o que se passa em Espanha" em termos políticos. 

A mesma cidadã espanhola admitiu que "a não haver continuidade" política em Espanha, isso poderá afetar o desenvolvimento, porque "vem um Governo faz uma coisa" e depois vem outro fazer o contrário.

"Creio que é necessário que haja estabilidade", disse, manifestando a convicção de que o "sentimento" que a levou hoje a votar será o mesmo que provavelmente fará com que haja uma grande afluência de votantes em Espanha. 

Em sua opinião, há muitos indecisos, mas eventualmente isso deve-se ao facto de as pessoas não quererem revelar a sua intenção de voto, acreditando que à ultima da hora os chamados indecisos irão votar em alguém. 

Quanto ao futuro de Espanha, disse acreditar que "será sempre mais ou menos bom", esperando que as eleições contribuam para que seja para bem.