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Genro de Trump reuniu-se com israelitas e palestinianos

24 de agosto de 2017 às 22:43
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Jared Kushner transmitiu a Abbas e Netanyahu a esperança e o optimismo do presidente dos EUA "num futuro melhor"

Jared Kushner, genro do presidente norte-americano, Donald Trump, e seu emissário para o Médio Oriente, reuniu-se com responsáveis israelitas e palestinianos para procurar vias de relançar o processo de paz esta quinta-feira.

Kushner, que se reuniu com o primeiro-ministro israelita, Benjamin Netanyahu, e depois com o presidente palestiniano, Mahmud Abbas, não fez até ao momento declarações à imprensa, devendo regressar a Washington na sexta-feira.

Segundo a agênciaAssociated Press, que cita fontes da delegação, o genro de Trump transmitiu aos interlocutores a esperança e o optimismo do presidente dos Estados Unidos "num futuro melhor" para palestinianos e israelitas.

As perspectivas são pouco encorajadoras, dada a ausência de uma linha política clara da administração norte-americana sobre a questão e a relutância crescente dos palestinianos com a falta de empenho de Washington no estabelecimento de um Estado palestiniano independente.

"Se a equipa norte-americana não trouxer respostas para as nossas perguntas, vamos avaliar que opções temos, porque o 'status quo' não serve os nossos interesses", como explicou anteriormente à AP um conselheiro de Abbas.

"Apreciamos muito os esforços do presidente dos Estados Unidos, que prometeu desde o início que vai trabalhar por um acordo definitivo", disse Mahmud Abbas antes do encontro.

"Sabemos que as questões são difíceis e complicadas, mas nada é impossível quando há boas intenções", acrescentou.

Netanyahu falou com optimismo sobre os próximos passos: "Temos muitas coisas para falar, como promover a paz, a estabilidade e a segurança na região, assim como a prosperidade".

"Penso que tudo isso está ao nosso alcance", disse à imprensa o primeiro-ministro israelita, ao lado de Kushner.

Durante a campanha eleitoral norte-americana, Trump adoptou posições fortemente pró-israelitas, prometendo mudar a embaixada dos Estados Unidos de Telavive para Jerusalém e recusando manifestar apoio à independência pretendida pelos palestinianos.

Donald Trump rodeou-se por outro lado de conselheiros com ligações ao movimento pró-colonatos, como o próprio Kushner e o embaixador norte-americano em Israel, David Friedman.

Depois de tomar posse, no entanto, Trump recuou quanto à mudança da embaixada e pediu a Israel que refreasse a construção de colonatos, mas não exprimiu apoio à solução dos de Estados, defendida pela maioria da comunidade internacional e pelos seus antecessores democratas e republicanos, dando a entender que apoiará qualquer que seja a solução acordada pelas duas partes.

O processo de paz israelo-palestiniano está num impasse desde a suspensão das conversações, em 2014.