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Fundador do grupo Wagner diz que guerra pode durar três anos

Leonor Riso
Leonor Riso 11 de fevereiro de 2023 às 15:49
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Numa rara entrevista, Yevgeny Prigozhin diz que tudo depende dos objetivos da Rússia e aconselhou os generais a conhecer a realidade dos soldados nas trincheiras.

Yevgeny Prigozhin, o fundador do grupo de mercenários Wagner, afirmou durante uma rara entrevista que Moscovo pode demorar até dois anos para controlar na totalidade as duas regiões ucranianas que colocou como objetivo da guerra: Lugansk e Donetsk.

Press service of "Concord"/Handout via REUTERS

No seu entendimento, a Rússia precisa de controlar estas duas áreas que declarou serem repúblicas da Rússia. "Precisamos de fechar as repúblicas de Donetsk e Lugansk e em princípio isso agradará a todos por enquanto", considerou. Estimou que tal demore entre um e dois anos.

"Se tivermos que chegar ao Dnipro, serão cerca de três anos", sentenciou, citado pela agência noticiosa Reuters, e numa referência a uma área mais vasta, e ao rio que divide a Ucrânia em dois.

Os comentários foram feitos durante uma entrevista aobloggermilitar russo Semyon Pegov.

Apesar de o grupo Wagner ter um papel preponderante na guerra, Yevgeny Prigozhin diz não ter ambições políticas. Acredita que a Rússia precisa de conquistar Bakhmut, mas que esse fim ainda está longe. "Provavelmente é demasiado cedo para dizer que estamos perto. Há muitas estradas para fora e poucas para dentro. As tropas ucranianas estão bem treinadas... e ao contrário de qualquer outra cidade grande é impossível tomar logo a cidade. Estamos a gerir muito bem", disse.

Yevgeny Prigozhin já criticou o exército russo no passado e desta vez apelou apenas a que os líderes conheçam a realidade de quem está na linha da frente. "Por isso se um general vai para uma trincheira e fala com os soldados, então os soldados francamente na situação presente vão só ficar impressionados e agradados. Isso será o suficiente para entenderem que não estão ali sozinhos com os seus problemas."

Os EUA estimam que o grupo Wagner tenha 50 mil pessoas na Ucrânia, sendo que 40 mil são reclusos recrutados nas prisões russas. Yevgeny Prigozhin afirmou que o grupo Wagner tinha deixado de recrutar prisioneiros, e negou usá-los como "carne para canhão".

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