A morte de um jovem de 17 anos depois de ter sido parado pela polícia devido a infrações de trânsito causou vários atos de violência em França.
França prepara-se para uma terceira noite de conflitos após a morte de um jovem de 17 anos, Naël M.,durante uma operação policial. A mãe do jovem, Mounia M., deu um depoimento transmitido esta quinta-feira durante um programa televisivo francês.
Reuters
"Não culpo a polícia. Culpo quem tirou a vida ao meu filho. Nao precisava de matar o meu filho. Havia outras formas de fazer as coisas. Não precisava de matar o meu filho. Um tiro. Um tiro. Tão perto do peito dele. Não consigo imaginar isso. Bater-lhe para o fazer sair? Sim, não há problema. Mas uma bala? Não", afirmou.
"Je n'en veux pas à la police, j'en veux à une personne : celui qui a enlevé la vie de mon fils !"
O agente que disparou sobre o jovem foi colocado sob prisão preventiva e é acusado de homicídio voluntário. O seu advogado, Laurent-Franck Liénard, defende que o cliente disparou porque pensou ser necessário "com a arma que o Estado lhe deu para assegurar a sua segurança e a dos cidadãos". Garante que irá contestar a acusação. O polícia reconheceu ter disparado um tiro fatal e explicou ter tentado prevenir uma perseguição a carro, com receio que ele ou outra pessoa se magoasse depois de o adolescente ter alegadamente cometido várias infrações de trânsito.
Naël M. era conhecido da polícia por não ter respeitado ordens de trânsito, de acordo com os procuradores.
Esta quinta-feira, Nanterre, onde o jovem morreu, foi palco de uma marcha de homenagem que contou com 6.200 pessoas. Terminou com 15 detenções, bem como carros incendiados, ruas barricadas e lançamento de projéteis contra a polícia. Na cidade, foi destacada a brigada de operações especiais.
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Os serviços de transportes noturnos encontram-se suspensos e também foi decretado o recolher obrigatório em vários locais da zona de Paris.
Segundo a imprensa francesa, as autoridades esperam "uma generalização" da violência nas próximas noites, em que acontecerá "violência urbana" e "ações orientadas contra as forças da ordem e símbolos do Estado ou forças públicas".
A morte de Naël desencadeou atos de violência que fazem recordar os motins de 2005, quando durante 21 dias vários locais em França foram palco de vandalismo e violência que obrigaram o então presidente francês Jacques Chirac a declarar estado de emergência. Esses motins surgiram no subúrbio parisiense de Clichy-sous-Bois, devido à morte de dois jovens eletrocutados numa central elétrica enquanto se escondiam da polícia. Dois agentes foram absolvidos de acusações relacionadas com o sucedido anos depois.
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