Operação LAKE incide sobre este crime e decorre desde 2016. Levou à diminuição de 50% no contrabando de enguias e à detenção de mais de 750 pessoas.
A Europol (a Agência da União Europeia para a Cooperação Policial) avançou contra grupos de crime organizado ligados ao tráfico internacional de meixão. Esta operação levou à detenção de 256 pessoas, entre elas portugueses, responsáveis pelo tráfico de 25 toneladas de meixão vivo no valor de cerca de 13 milhões de euros. As detenções ocorreram entre outubro de 2022 e junho de 2023.
Europol
Já estavam a sair da União Europeia oito toneladas destas enguias-bebés em direção à Ásia, onde deveriam ser criadas em explorações e vendidas em todo o mundo quando atingissem a idade adulta, refere o comunicado da EUROPOL.
Entre os 256 detidos encontravam-se cidadãos de Portugal, mas também da China, Malásia, França e Espanha. Esta operação desmantelou algumas redes criminosas organizadas envolvidas nesta atividade de vários milhares de milhões de euros. As autoridades apreenderam bens de origem criminosa no valor de mais de um milhão de euros e contas bancárias no valor de mais de dois milhões de euros.
A Europol descreveu este tráfico como "um dos crimes mais devastadores contra a vida selvagem em todo o mundo". Trata-se atualmente de um dos tráficos mais rentáveis de espécies protegidas, com lucros ilegais estimados em três mil milhões de euros anuais.
O combate a esta ameaça à vida selvagem europeia contribuiu para uma diminuição significativa da atividade ilegal. A operação LAKE foi lançada em 2016 e as estimativas mostram que os incidentes relacionados com o tráfico de enguias diminuíram cerca de 50% desde esse ano. Isto levou à detenção de mais de 750 indivíduos e evitou-se o contrabando de 26 toneladas de meixão, que poderá ser devolvido aos seus habitats naturais.
As redes criminosas são responsáveis pelo tráfico destes peixes da Europa rumo à Ásia, da pesca ao transporte. Após a pesca, as enguias são transportadas e colocadas em armazéns mas também em casas e apartamentos por toda a Europa.
O peixe vivo é preparado para transporte em pacotes camuflados rotulados como mercadorias em voos comerciais, é escondido nas bagagens dos passageiros ou transportado em veículos.
De acordo com o comunicado da EUROPOL, estes peixes têm de sobreviver à viagem até à Ásia em caixas seladas ou em sacos de plástico equipados para proporcionar uma certa temperatura da água e um certo fornecimento de oxigénio.
Quando chegam à Ásia, o meixão é descarregado em viveiros e depois distribuído por diferentes mercados em todo o mundo. O comércio de meixão é uma das formas mais impactantes de tráfico de animais selvagens. Suspeita-se que cerca de 100 toneladas de meixão são contrabandeadas anualmente a partir dos Estados-membros da União Europeia, com preços que atingem valores surpreendentes de vários milhares de euros por quilo.
A operação LAKE tem o objetivo de desmantelar os grupos violentos de crime organizado envolvidos nas atividades ilegais, como o tráfico de espécies ameaçadas, crime ambiental, contrabando, branqueamento de capitais, evasão fiscal e contrafação de documentos.
Portugal é um dos países envolvidos nesta operação, bem como a Áustria, Bulgária, Croácia, República Checa, Dinamarca, Estónia, França, Alemanha, Grécia, Itália, Letónia, Lituânia, Luxemburgo, Malta, Países Baixos, Roménia, Eslováquia, Espanha, Suécia, Albânia, Bósnia e Herzegovina, Canadá, Colômbia, Geórgia, Moldávia, Marrocos, Macedónia do Norte, Sérvia, Suíça, Reino Unido e Estados Unidos.
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