Charles Kushner enviou uma carta a Macron a criticar a postura "insuficiente" de Paris face ao crescimento do antissemitismo no país. Agora, França considera que as suas declarações violam a Convenção de Viena.
O governo francês convocou esta segunda-feira (25) o embaixador dos Estados Unidos em Paris, Charles Kushner, para se explicar depois de ter proferido declarações "inaceitáveis" contra o presidente de França, Emmanuel Macron.
França convoca embaixador dos EUA após críticas de Charles Kushner a Macron sobre antissemitismoAP Photo/John Minchillo
Numa carta endereçada ao chefe de estado e publicada no Wall Street Journal, no domingo, o diplomata americano acusou o executivo de adotar uma postura "insuficiente" perante o crescimento do antissemitismo em França. Expressou, por isso, "profunda preocupação com o aumento dramático do antissemitismo em França" e afirmou que perante a escalada de violência, Paris "tem falhado" em agir com firmeza.
"Em França, não há um único dia em que os judeus não sejam agredidos nas ruas e sinagogas e em que as empresas judaicas não sejam vandalizadas", escreveu.
Kushner, que é pai de Jared Kushner - genro do presidente dos EUA, Donald Trump - e filho de sobreviventes do Holocausto, disse ainda que estava disposto a trabalhar com Macron e com outros líderes franceses para "elaborar um plano sério" de forma a acabar com esse problema - isto porque alega que a postura de Paris só contribui para o enfraquecimento de Israel.
As críticas provocaram, no entanto, uma reação por parte do Ministério dos Negócios Estrangeiros (MNE) francês, que afirmou que as declarações violam a Convenção de Viena de 1961- que rege as relações diplomáticas entre nações independentes e proíbe a intromissão nos assuntos internos de outros estados. "A França refuta firmemente estas últimas alegações" que são "inaceitáveis", respondeu o MNE em comunicado.
Esta carta surge, assim, no dia em que França comemora os 81 anos da libertação de Paris - um evento que marcou o fim da deportação de judeus de território francês. Ao mesmo tempo, é divulgada dias depois de o primeiro-ministro israelita, Benjamin Netanyahu, ter acusado também Macron de "fomentar o antissemitismo" - isto depois de o presidente francês ter defendido publicamente o "reconhecimento internacional" do Estado da Palestina, que deverá acontecer já em setembro.
Para reagir aos comentários Netanyahu, o Plácio do Eliseu adotou um tom semelhante ao que teve com Kushner. Afirmou que "este é um momento que exige seriedade e responsabilidade, não confusão e manipulação".
Segundo os mais recentes dados, França tem registado um aumento significativo de episódios de antissemitismo desde que o Hamas atacou território israelita a 7 de outubro de 2023. Desde então que as autoridades francesas têm intensificado as suas medidas de segurança em torno de sinagogas e escolas judaicas - decisão esta que as organizações da comunidade no país consideram como uma resposta insuficiente.
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