A procuradora da Geórgia é uma das cinco investigadoras eleitas de forma independente em todos os casos nos Estados Unidos que envolvem as investigações sobre o ex-presidente.
O gabinete da procuradora-geral do condado de Fulton, Fani Willis, acusou 19 co-arguidos, incluindo o ex-presidente dos Estados Unidos, Donald Trump. Estas acusações são relativas aos esforços do ex-presidente para anular os resultados das eleições presidenciais de 2020.
REUTERS/Elijah Nouvelage
A investigação que dura há mais de dois anos, resultou em várias acusações, entre elas conspiração e extorsão.
Fani Willis, democrata que é a primeira promotora do condado de Fulton, estava a cargo há apenas um dia quando Trump telefonou para o secretário de Estado do Partido Republicano da Geórgia, Brad Raffensperger, a 2 de janeiro de 2021, pedindo para encontrar o número de votos que lhe faltava para vencer Joe Biden: 11.780 votos.
De forma a restaurar a integridade do gabinete do procurador distrital do condado de Fulton, Willis fez uma campanha onde foi eleita depois de destituir o titular de seis mandatos, Paul Howard. Após um mês, o seu gabinete enviou cartas às autoridades de Geórgia pedindo-lhes que preservassem documentos relacionados com as tentativas de influenciar as eleições de 2020 no estado.
Donald Trump negou qualquer irregularidade, assim como os seus aliados, que também estão a ser investigados. O ex-presidente atacou Fani Willis chamando-a de "racista" e "marxista lunática", alegando que a mesma tem ligações com membros de gangues.
Willis é uma das cinco investigadoras eleitas de forma independente em todos os casos nos Estados Unidos que envolvem as investigações sobre o ex-presidente.
Enquanto investigava os esforços de Trump e dos seus aliados para impedir os resultados das eleições na Geórgia, Fani e a sua equipa entrevistaram 16 republicanos propostos no estado como candidatos a eleitores suplentes. Também eles foram alvo de investigações.
"À medida que nossa investigação amadureceu e novas evidências vieram à tona, num espírito de integridade, sentimos que é apropriado informá-lo de que o status dos seus clientes mudou para 'Alvo'", referiu o gabinete de Willis no documento enviado à defesa destes republicanos no ano passado.
O gabinete de Fani queria determinar se os eleitores pró-Trump na Geórgia tinham conhecimento de que as suas ações podiam fazer parte de um grande plano, potencialmente ilegal, para pressionar as autoridades eleitorais e anular a vitória de Biden.
Várias figuras notáveis receberam intimações especiais do grande júri como parte da investigação sobre os esforços para a anulação dos resultados das eleições de 2020 no estado. Pelo menos oito dos eleitores republicanos aceitaram os acordos de imunidade no âmbito da investigação criminal.
Quem é Fani Willis?
Fani Willis nasceu em 1971 no estado da Califórnia, filha de um advogado de defesa criminal e membro do partido dos Panteras Negras. Licenciou-se na Universidade de Howard em 1992, e formou-se na faculdade de Direito de Emory em 1996. Trabalhou no setor privado durante cinco anos antes de se tornar procuradora-adjunta do condado de Fulton em 2001.
Começou a ganhar maior visibilidade como procuradora-geral após o escândalo de fraudes nas escolas públicas de Atlanta. O julgamento decorreu entre 2014 e 2015 e Willis conseguiu a condenação de 11 dos 12 arguidos acusados.
Em 2018, decidiu abrir um consultório privado centrado na defesa criminal e no direito de família. Concorreu contra o seu ex-chefe, Paul Howard, para ser a nova procuradora-geral distrital, enquanto o mesmo enfrentava acusações de má conduta, incluindo má gestão financeira e assédio sexual. Venceu com 73% dos votos, passando assim a ser a primeira mulher negra procuradora no condado de Fulton
Após ter sido eleita, disse à South Atlanta Magazine, que sempre quis servir como procuradora distrital. Quando subiu ao cargo em 2021, acumulou milhares de casos do seu antecessor. Devido à lei de Geórgia que refere que os suspeitos que forem acusados de crimes no estado tem direto a fiança se não forem indiciados dentro de 90 dias, Willis foi assim encarregada de entregar acusações ou permitir que criminosos voltassem às ruas.
Fani fez pressão para obter fundos adicionais da comissão do condado de Fulton para contratar 55 funcionários para o gabinete do procurador distrital, incluindo 15 advogados e 15 investigadores. O seu gabinete trabalhou 24 horas por dia para garantir que os casos de homicídios fossem acusados dentro do prazo.
Enquanto procuradora distrital, criou um programa de desvio pré-acusação que permite que os arguidos se inscrevam em cursos de competências para a vida e participem em serviços comunitários em vez de serem acusados.
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